Normalmente, ao despertar, as
pessoas já começam a pensar em tudo o que fazer durante o dia, em seu trabalho,
nos pagamentos e encontros agendados. Suas cabeças, que até então descansavam,
entram em ebulição imediatamente.
Como o motor de um carro, que
após um período de descanso deve ser aquecido antes de ser exigido em sua
plenitude, o cérebro precisaria ter o retorno às suas atividades de modo menos
agressivo.
Frequentemente algum tipo de
publicação fala sobre como elas poderiam ou deveriam se comportar em relação a
esse tipo de atitude, mas mesmo passando o tempo e já mais amadurecidas, não
conseguem se libertar das preocupações com o que será preciso fazer naquele dia
ou futuramente.
O interessante é que a maioria
das pessoas nunca acorda pensando nas coisas boas que poderão ocorrer naquele
dia, mas sempre nas coisas e situações mais difíceis que se aproximam, apesar
de algumas pessoas conseguirem acordar sorrindo, sem nada que as preocupe,
esperando os fatos ocorrerem para, aí sim, enfrentá-los como preciso for.
Outras, mesmo não resolvendo
seus problemas ou honrando seus compromissos, continuam bastante tranqüilas,
mas a maioria acorda pensando como deverá proceder para vencer o desafio adiado
outras vezes, mas que hoje precisa ser resolvido e na conta que deve ser paga.
Certamente esse é um caminho
mais difícil, de gente pontual, responsável, que não suporta ver nada errado e
acreditam que, resolvendo os problemas do dia e quitando suas contas, terão
mais tranquilidade, mais tempo para se divertir, passear, enfim, viver.
Os dias passam, mas o
trabalho, os problemas e as contas continuam, pois assim que um é resolvido
aparecem outros e as contas aumentam em igual proporção ao sucesso profissional
de cada um.
Como um novo dia sempre virá
com novos problemas e contas, cada um deve organizar sua vida de modo a poder
dedicar mais tempo à convivência familiar, sua cultura e lazer, ou passará sua
vida resolvendo problemas e pagando contas sem realmente viver.
O tempo da permanência humana
na terra é um sopro, se comparado às gerações que por aqui já passaram e as
futuras, o que deveria nos conscientizar da nossa incompetência ao perder tempo
desnecessário com coisas insolúveis, como as que já passaram.
Principalmente quando mais
jovens, estamos sempre em busca de novos trabalhos, profissões, com o único
propósito de ganhar cada vez mais, enriquecer, para depois aproveitar a vida,
nos esquecendo de que tanto o nosso tempo como o de nossos filhos passa e tanto
nossa juventude quanto a infância deles não voltará, o que só acabamos
percebendo quando não há mais o que fazer.
Nossas energias devem ser
direcionadas para a realização de coisas pelas quais realmente vale a pena
viver, como estar sempre o mais próximo possível dos filhos e netos e
aproveitar os incontáveis prazeres que a vida oferece.
Cada minuto perdido em nossas vidas jamais será reposto e só depende de
nós como utilizá-lo melhor, principalmente ouvindo os mais velhos, que não
viveram plenamente e por isso sabem onde erraram.
Título, Imagem e Texto: João
Bosco Leal
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