A crise abateu-se de forma
negra sobre os motoristas da Carris, em Lisboa: passam fome e desmaiam em pleno
serviço. Há ainda os que se apropriam do dinheiro dos bilhetes para
equilibrarem as contas.
Há cerca de 300 motoristas e
guarda-freios da Carris que estão a passar graves dificuldades económicas, ao
ponto de nada comerem durante as várias horas em que estão ao volante de
autocarros. Três deles já chegaram a desfalecer no serviço e um outro teve uma
quebra de tensão - porque há quatro dias consecutivos que só ingeria um iogurte
por dia.
Por detrás deste cenário de subnutrição,
que afeta quase 20% dos motoristas da transportadora (1700), estão histórias em
que a cara-metade está desempregada, os 800 euros de salário-base já não fazem
face às despesas mensais e à prestação da casa ou em que os filhos entraram na
rota do desemprego.
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Foto: Orlando Almeida/Global Imagens/Arquivo JN |
Notem que a culpa é atribuída
à “crise”, noutras palavras, ao atual governo. Portanto, têm razão os
motoristas da Carris em convocarem uma greve para que a companhia pública lhes
dê, mensalmente, uma verba suplementar para uma dúzia de iogurtes diários, uma
verba compensatória para cobrir o salário da cara-metade desempregada, pagar as
prestações da casa diretamente no banco onde o pobre empregado pegou o empréstimo e, também, uma mesada mensal
para cada filho desempregado. Ah, ia esquecendo, e uma verba de 30 euros
mensais correspondentes a 1 euro por dia, quanto custa medir a tensão nas
farmácias…
PS: em Portugal não existem
desempregados. Se existem, estes ingerem 4 iougurtes por dia.
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