Pode-se entender, à luz da história, porque hoje em dia a maioria dos brasileiros é submissa à tirania de um governo central e porque fica esperando pacientemente que os problemas com saúde, educação e segurança pública sejam finalmente resolvidos. O Fato é que os serviços cujos quais pensamos ser fornecidos de graça, na verdade não são grátis! Todos nós pagamos caro, muito caro por um sistema que não funciona. Então por que, ainda, a maioria de nós não tem coragem suficiente para cortar o "cordão umbilical" com Brasília? Dar um basta? Se o poder emana do povo, então por que nos submetemos à exploração do Governo Federal?
Todo mês, 89% da receita bruta
de cada município brasileiro é "sugado" pelo governo central
encastelado em Brasília, e de lá, redistribuído para as cidades e estados que
não geram riqueza suficiente para bancar suas próprias contas, isto é, estados
que geram mais riqueza, como é o caso do Rio Grande do Sul (4° maior PIB do
Brasil), fomentam estados que produzem menos PIB, como Roraima (27° colocado),
por exemplo. De janeiro a outubro de 2013, o Estado do Rio Grande do Sul
gerou cerca de 23 bilhões de Reais, pouco mais de 9 bilhões voltaram para
o povo gaúcho e a nossa dívida com a União Federal continua ainda na casa dos
40 bilhões.
A culpa desta submissão e
passividade é da Educação. No Brasil os estudos formais visam formar militantes
cegos em prol de causas populistas, que pretendem somente o enriquecimento de
meia dúzia de poderosos. Cada vez mais, nosso povo fica alienado e não se dá conta
do âmbito calamitoso que tomou conta do país do futebol.
Parece contraditório e
paradoxal, mas na maioria das pessoas é latente a informação de que no vasto
território nacional, repleto de diferenças naturais e culturais, seja bem mais
fácil gerir e administrar tudo de maneira setorial, ou seja, cada ente
federativo com suas regras, o que facilitaria muito o controle e administração.
O Brasil é diverso, vasto e quase imensurável em sua grandeza de cultura em
seus mais de oito milhões de quilômetros quadrados, é notório que para esta
vastidão muito mais eficaz seria a gestão descentralizada. Latente em nós é a
informação óbvia que não é possível concentrar tanto poder em um só lugar. A
não ser que seja conveniente para poucos.
No ano de 1893, a história nos conta, que o gaúcho Maragato Gumercindo
Saraiva, liderando um exército, buscou a deposição do então presidente da
província, Júlio de Castilhos. O Objetivo central da revolução que Gumercindo
promovera era "libertar o Rio Grande do Sul da tirania
de Júlio de Castilhos", uma alusão à tirania imposta pelos pica-paus
positivistas liderados por Castilhos. Mais tarde, em 1923 os positivistas ganharam o nome de Chimangos que
serviu para designar os seguidores de Borges de Medeiros - nome dado a partir
da sátira feita a Borges de Medeiros no livro Antônio Chimango.
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Líderes maragatos |
Gumercindo lutou para
instituir o Federalismo, modelo de gestão que permite dar autonomia jurídica e
administrativa aos estados da federação e suas cidades. Não conseguiu. Foi
derrotado pelo povo da época, que preferiu apoiar os positivistas Chimangos da
República que acabara de nascer. De lá pra cá, muito pouca coisa mudou. A
distribuição de renda, tão desigual no Brasil, remonta um parâmetro diretamente
proporcional a quem tem o poder: mal distribuído e sem ser realmente do povo.
Até quando vamos ficar alienados assistindo as novelas da Globo enquanto somos
comparados ao gado de uma fazenda? Até quando iremos ficar buscando o pote de
ouro no final do arco-íris?
No final das contas, cada um
de nós, inevitavelmente, escolherá se seguirá pagando esta conta caríssima.
Cada um de nós escolherá se continua a subsidiar os gastos absurdos de
governantes poderosos insanos, de juízes e desembargadores que se acham deuses mas,
na verdade, não passam de tiranos egocêntricos que, como no passado, oprimiram
o nosso povo. Tenho dito e reafirmo: Justiça social se faz com mais trabalho,
emprego e renda para o trabalhador. Isso inevitavelmente se faz com a quebra do
monopólio estatal e SEM dar esmolas. Porque o governo acha que sabe o que é
melhor pra nós, o povo?
Antes que seja tarde demais,
antes que se crie a tirania total em forma Totalitarismo, cada um de nós, como
no passado, inevitavelmente, escolherá se ficará do lado dos
"Chimangos" ou dos "Maragatos".
Título e Texto: Luciano B. Gonçalves - Um Federalista
Liberal, 10-11-2013
Via Aderval Pires Gomes
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