
A Coréia do Sul é um bom
exemplo de país que, nos últimos cinquenta anos, optou por realizar
investimentos pesados em educação, o que a transformou, nesse curto espaço de
tempo, em uma potência industrial na produção de veículos, tecnologias de
informação e telecomunicação, além de aparelhos eletrônicos das mais diversas
áreas. Foi o que a tornou tão diferente, mais rica, progressista e culta que
sua antiga irmã Coréia do Norte.
Enquanto isso, em nosso país,
continuamos com o sistema patriarcal do Estado que provê os analfabetos ou
menos instruídos, dando-lhes o pão e o circo, em troca de votos para os
coronéis no poder. O local onde quanto pior melhor, pois assim, em períodos de
eleições, os políticos podem prometer melhorias na saúde, educação e outras,
para convencer o eleitor.
Aqui, os políticos que se
dizem de origens pobres, que passaram fome em sua infância e juventude, comovem
e ganham os votos dos que vivem ou viveram na mesma situação, mas depois de
eleitos passam a sequer tomar conhecimento dessa grande parcela da população,
que só voltará a ter importância no período que antecederá as próximas eleições.
Entre essas duas eleições, sua
única preocupação passa a ser exclusivamente de como "lucrar" mais.
Seus filhos normalmente são enviados para estudar fora do país e, apesar de
seus salários serem elevados para os padrões do país, jamais conseguiriam explicar
sua capacidade de multiplicação de seu patrimônio pessoal, dos filhos, genros,
noras ou dos amigos, conhecidos como "laranjas".
Os ternos e vestidos
caríssimos, feitos sobre medida pelos maiores costureiros do país ou do
exterior, os cabeleireiros e maquiadores prediletos que levam em suas viagens,
os charutos, alimentos e bebidas importadas, além das suítes dos hotéis mais
caros do mundo, passam a fazer parte do cotidiano desses antigos "miseráveis".
Filhos antes subempregados,
imediatamente tornam-se sócios das principais empresas do país, nas mais
diversas áreas, sem nenhuma explicação lógica para essa "genialidade comercial" e nenhum dos outros Poderes
legalmente constituídos - geralmente também participando do mesmo esquema -,
toma qualquer tipo de atitude para impedir que isso continue ocorrendo.
A "competência" desses políticos é tão elevada que quando
acabam seus mandatos podem dar aulas - saem pelo mundo dando palestras - de
como conseguiram tornar este país uma maravilha e de como tiraram milhões da
zona de pobreza extrema.
Com o dinheiro público fazem
inúmeras "benesses", como
construir portos, usinas hidrelétricas e rodovias em outros países, enquanto
internamente continuam deixando a população morrendo nas filas de hospitais,
sem escolas e sem infraestrutura necessária para escoar o que aqui produzimos.
A lei 12.663, de 05 de Junho de 2012, que ficou conhecida lei Geral da Copa, mostra
outra dessas "caridades" feitas
com o dinheiro público. Em seu artigo 37, além da aposentadoria vitalícia pelo
teto máximo do INSS, ela concede um prêmio de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a
todos os jogadores, titulares ou reservas, das seleções brasileiras campeãs das
copas mundiais masculinas da FIFA nos anos de 1958, 1962 e 1970.
Como podemos esperar um país
melhor para nossos filhos e netos com atitudes e exemplos como esses? Esses
jovens certamente questionarão:
Estudar para que, se podemos ser políticos corruptos ou jogadores de
futebol?
Título, Imagem e Texto: João
Bosco Leal, jornalista,
escritor e empresário, 04-07-2014
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