A esquerda, não só a radical, não percebe
nada do que se está a passar no Mundo. Mais: recusa-se a perceber.
Maria Fátima Bonifácio
55% dos eleitores brasileiros
optaram e votaram pelo “fascismo”, no pobre e primitivo entender da esquerda
radical. O líder-sombra do BE, na televisão, ainda insinuou que os votantes em
Bolsonaro eram a classe média e daí para cima! É extraordinário como mentes
brilhantes se enganam a si mesmas tão facilmente! É extraordinário como o
sectarismo pode cegar mais do que a real doença da cegueira! A esquerda, não só
radical, não percebe nada do que se está a passar no Mundo. Mais: recusa-se a
perceber.
Compreende-se: se aceitasse
perceber, estaria a reconhecer que todas as suas categorias de análise política
e histórica tinham ido barra fora, engolidas, mais ao largo, pela voracidade
destrutiva das ondas marítimas; o mundo de hoje é um mar furiosamente
encapelado. Essas categorias analíticas estão tão velhas e imprestáveis que, se
abaladas, provocariam a derrocada de toda a Utopia socialista-comunista.
Quantas vidas a ela honestamente dedicadas não mergulhariam na mais frustrante
das desilusões, de quantos sonhos esfarrapados se não teceriam os lençóis que
tapam os caixões! E, sobretudo, a que margens, a que praias arribariam os
náufragos fugidos do navio em lento, mas inexorável afundamento? A que
ramagens, a que galhos se agarrariam? O navio afundado deixaria um imenso
orfanato, atulhado de gente desempregada ante a derrocada do monopólio de tudo
quanto beneficiava à conta da suposta superioridade moral que a si mesma se
atribuía.
Em vários países e
continentes, os pobres e remediados parece que decidiram não mais servirem de
trunfo para os que em nome deles falam, mas que não falam com eles. Nem falam,
nem ouvem. Basta-lhes o catecismo revolucionário. O que acontece hoje em dia é
que em vários países e continentes esse catecismo caducou.
O Brasil democrático sempre
foi corrupto. Mas o PT alterou as regras do regime de corrupção – porque as
havia – tornando esta incontrolável quer do ponto de vista do volume de
dinheiro que habitualmente circulava, quer do ponto de vista do número, da rede
tentacular em que todos os políticos se vieram a encontrar enrolados. A grande
corrupção não era nova. Nova foi a amplitude que ela ganhou, e que coincidiu
com a chegada do PT ao poder.
Esta coincidência não passou
desapercebida aos brasileiros, que se cansaram de desculpar a esquerda,
democrática e soi-disant popular, amiga dos pobres, mas... ainda muito
mais amiga de si mesma! O PT foi tão longe nesta deriva de mentira e ladroagem
que o povo se fartou: o petismo tornou-se, simbólica e realmente, na encarnação
da ladroeira, e da hipocrisia – sim, da hipocrisia: em nome do povo, dirigido
por um ex-metalúrgico, transformou-se numa máquina de rapina generalizada,
corroeu e corrompeu, como ninguém até ali conseguira, os alicerces morais da
nação.
Ninguém – muito menos eu –
sabe ao certo o que é, quem é e ao que vem Bolsonaro. Mas a maioria dos
brasileiros sabia uma coisa: ele não vinha dos subterrâneos do petismo. Virá de
outros, possivelmente piores, mas não destes, pouco importa para a maioria dos
brasileiros. O voto não veio, como aliás quase nunca veio em parte alguma, da
luta de classes: veio da repugnância pelo desbragamento petista e do desejo de
lhe dizer – “Basta!”
O PT corrompeu toda a gente e pôs toda a gente a corromper toda a gente. Cá de baixo, do fundo da sua miséria, os pobres; e, do fundo da sua mediania, os remediados e a gente de bem, que a há em todas as classes, perceberam que não havia alternativa dentro do PT ou com a mais remota colaboração do PT. Bolsonaro era um radical anti-PT; radical, violento, primitivo, brutal, deseducado. Muito em consonância com o povo, portanto, e nada em consonância com os professores da Universidade de São Paulo ou com os letristas das maravilhosas canções brasileiras. O povo votou à bruta, mas não com mais bruteza do que a bruteza investida por toda a classe política no saque da riqueza pública brasileira.
A esquerda não gosta deste
povo assim? Como disse Bertolt Brecht, em ano que não sei precisar, mude-se de
povo, arranje-se um povo à medida dos seus dirigentes, que lhes seja de feição.
A solução exterminadora dos comunistas e dos verdadeiros fascistas, um exemplo
histórico e concreto, é uma alternativa aprazível.
Título e Texto: Maria Fátima Bonifácio, Público,
1-11-2018
ResponderExcluirEsse gado babante de Fecalopatas, o tal "bloco de esquerda e todos os trogloditas antifascistas se borrando de medo até hoje dos "fascistas, porque primeiro foram vencidos por Mussolini na Itália e, desde aí quem e contra os baba ovos onanistas comunistas é "fascista"!
Os bundas moles comunistas primeiro foram vencidos pelo Mussolini na Itália e, por isso até hoje bundas moles marxistas sem argumentos, logo chamam seus adversários de “fascistas”! Foram vencidos por Hitler na Alemanha! Foram vencidos na guerra civil espanhola em 1936-1939! Foram vencidos por Hitler na segunda guerra, mas receberam ajuda dos seus amigos capitalistas anglo-americanos! Os bundas moles comunistas foram vencidos pelos militares na América do Sul! E finalmente foram destruídos como bandidos e vencidos pelos povos da Europa do Leste em 1989 e na Rússia em 1991! Esses bundas moles comunistas nunca fizeram e nunca vão fazer “revolução” para derrubar o “capitalismo”, porque sempre foram e são até hoje um lúgubre amontoado de eternos minoritários insignificantes-emasculados que vivem com a ajuda do capitalismo global, o seu irmão siamês!
O mal da maioria dos comentadores daqui, e me incluo , comentam muitas vezes sem analisar o que o outro quis dizer.
ResponderExcluirOu porque o outro não foi feliz ao manifestar-se , ou por má vontade mesmo.
E senta-lhe o pau! Mesmo em quem pensa exatamente igual, mas não conseguiu se fazer entender.
Obviamente vira um "samba do crioulo doido"!
Olha eu aqui , numa crítica ...ou seria autocrítica!
Paizote