Aparecido Raimundo de Souza
O BRAZZZIL É UMA PORTA FECHADA com dezenas de trancas, onde, por detrás dela, chafurdam centenas e
milhares de varas de porcos. Os suínos estão no poder e não só nele, na
imbecilidade de cada um dos desvalidos. Os desvalidos, ou os descapacitados,
somos nós, que compomos a sociedade. A sociedade é compartimentada por cabeças
humanas hipócritas, vazias, ocas tanto de ideias como de pensamentos coerentes.
Como animais a caminho da morte anunciada, essas cabeças sem nada ajudam
a fortalecer a ganância dos bárbaros e vândalos que nos ferem a duros golpes.
Os senhores devem se lembrar do ilustre e cafajestoso Michel Jackson Temer,
quando presidente. O crápula passou um tempo brincando de chefe da nação. Ele
foi o rei de um império afundado, um insano (tipo Lula e Dilma) que deveria ser
jogado na latrina com todos os distúrbios, e, junto com ele, seus pares e
apaniguados.
O Congresso Nacional senhoras e senhores é outra bacia de privada que
fede. Fede a estrume, a merda. O judiciário não fica atrás. Igualmente uma
pocilga que exala um cheiro acre de podridão. Mais que isso, se perde num
engordurado advindo das bostas fétidas de todos aqueles vagabundos que o
frequenta.
Brazzzília por sua vez (berço das grandes formicações nacionais), se
transformou num labirinto de mil tentáculos, grosso modo, num repositório de
doenças incuráveis enquanto os mandões dos três poderes constituídos (ou
foderes desconstituídos) não fazem outra coisa a não ser aumentarem a níveis
estratosféricos a depreciação e a desgraça do povo. Esses desonestos e
fanfarrões se prostituem dando seus rabos sujos a garotos que procuram por
aventuras. A Capital dos conchavos e dos acordos escusos, em resumo, não passa
de um enorme saco de putarias seus ministérios e mistérios não vão além de um
pardieiro onde veados e prostitutas, prostitutas e veados vivem a nossas
custas.
Comem a nossas expensas. Sugam a nossa jugular, como parasitas privados
da alimentação se banqueteiam nas bundas dos elefantes. Nesse país de esterno,
nada funciona. Notadamente a justiça. Querem um exemplo? Os senhores se
recordam da noite de 31 de dezembro de 1988? Nesse ano e nesse dia o barco
Bateau Mouche (Bateu Murchou) superlotado, com 150 pessoas a bordo, que pagaram
para ver do mar os fogos do réveillon de Copacabana, no Rio de Janeiro, foram
se encontrar com Deus mais cedo.
Ver Deus mais cedo? Como assim??!! De repente, do nada, a embarcação
simplesmente afundou. A maior tragédia marítima brasileira, segundo noticiários
da época. 55 pessoas morreram. Três dos proprietários do famigerado bote, até
hoje, 31 anos depois, pasmem, senhoras e senhores, 31 anos depois, os facínoras
continuam foragidos da justiça, dois deles morando na Espanha e um em Portugal.
Atentem para o mais importante. Esses filhos da puta nunca foram presos.
Aliás, dessa tragédia, foram presas sim ou ficaram encarceradas, ou
melhor dito permanecem tolhidas da liberdade, até ontem, 55 pessoas, ou seja,
somente aquelas que se foderam pagando à vista, em dinheiro vivo, com a vida. O
que a justiça, perdão, o que a “justisssa” fez? Certamente comeu muita grana
por debaixo nos panos. A “justisssa” brasileira tem goela larga, garganta
profunda, pior que boceta de puta. Não há uma explicação mais apropriada.
Em resumo, o Brazzzil todos os dias lembra um verso famoso de Dante,
aquele Alighieri que construiu seu próprio Inferno e se tornou famoso pela sua
visão hollywoodiana da divina comédia humana que, apesar do tempo passado (pode
ser que mude para pior nos próximos trinta minutos) segue divina e mais comédia
desumana do que nunca.
Se não nos enganamos, o canto de número XXXIII: “la bocca sollevò dal
fiero pasto. Que seccatore...” vem bem a calhar em nossa crônica de hoje. A calhar como? No contexto, o que essa frase
tem, em comum, com esse artigo que agora escrevemos? Calma, senhoras e
senhores. Vamos por partes. Machado de Assis, cidadão que ficou conhecido pôr
seus livros (que até nossos dias correm o mundo), se posicionou, também, como
“deturpador das citações” dos mais famosos autores da literatura de todos os
tempos.
Num de seus romances ou mais precisamente no capítulo cinco de “O
Alienista” Machado de Assis mencionou Dante alterando a frase acima. “La bocca
sollevò...”. Ora, se Machado podia desfigurar a forma correta de Alighieri
vamos, no mesmo passo fazê-lo, não no sentido de contaminar, ou contagiar o
lustre florentino e maior escrevinhador italiano. Jamais! Levando em conta que
o país em que vivemos é todo achavascado, enlodado, degenerado, depravado, e
não passa, sobretudo, de um enorme embusteiro de ladrões e assassinos de pobres
e desvalidos...
Nada mais justo que recorrermos a Alighieri. Como dissemos, e voltamos a
repetir, o Brazzzil e uma nação de bufões, um paraíso enlodado, degenerado,
depravado. Todos os dias, minuto a minuto, segundo a segundo, traz à lembrança
a criatura inconfundível de Dante com essa frase, partindo não só da desgraça
do Bateau Mouche como de outras aberrações que vivenciamos cotidianamente: “La
bocca sollevò dal fiero pasto. Quel seccatore...”. Nada a ver, pelo amor de
Jesus Cristo, nada a ver com a interpretação metaforada recente do comediante
Danilo Gentili num de seus “The noite”.
Danilo traduziu Dante assim. Vejam que coisa imaginosa: “A boca do
brasileiro gosta de levar ferro quando está no pasto. E quando no pasto com um
cavalo de dois pés”. Não foge muito da verdade atual se formos analisar com
mais acuidade. Entretanto, todavia... Porém...
Nossa transladação do famoso criador de “Purgatório”, “Paraiso” e “Vita
Nuova”, fazendo referência não só aos descasos, as descortesias, aos desprezos,
aos alheamentos, ludibrios e as tartaruguices da “justisssa”, usque a sua
cegueira ímpar, e corrupção devassa, entre outros predicados e conceitos mais
infames e ordinários...
Pois bem: “La bocca sollevò dal fiero pasto. Quel seccatore”, ficou assim
na nossa concepção: “as bocas dos poderosos soergueram de um pasto fértil (tipo
aqueles pescadores do enorme Avião Pousado) e engoliram com dentes e mandíbulas
afiadas e furiosas seu povo, sua gente, fodida, sofrida e depauperada”. Dante,
com esse canto, se referia a Ugolino, o traidor, que esfomeado, devorou seus
filhos e palitou os dentes com a cunhada Cllara irmã de sua purpurosa esposa
Gemma di Manetto.
Por gentileza, não nos perguntem quem seriam os Ugolinos que estão por
aí, circulando como moscas, baratas, ratos de esgoto, vermes, micróbios e
outras bactérias à solta. A bem da verdade, acreditem. São tantos que... Se fôssemos enumerar um por
um...
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, do Rio
de Janeiro. 1-11-2019
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