Presidente cita reforma tributária e
privatização da Eletrobras
Pedro Rafael Vilela
O presidente Jair Bolsonaro
enviou nesta segunda-feira (3) a mensagem do Poder Executivo para a abertura do
ano legislativo no Congresso Nacional. A mensagem foi entregue pessoalmente
pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já que o presidente cumpre agenda em São Paulo ao longo dia. Ao todo, o
documento contém 145 páginas e a parte introdutória, assinada por Bolsonaro,
foi lida pela 1ª secretária da Mesa do Congresso, deputada federal Soraya
Santos (PL-RJ), durante a sessão solene conjunta da Câmara e do Senado.
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Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados |
Entre as prioridades
legislativas listadas pelo presidente da República, para neste ano, estão os
projetos em tramitação no Parlamento que ainda aguardam votação, como a independência do Banco Central, a reforma tributária,
a privatização da Eletrobras, o novo marco legal no
saneamento e as propostas de emenda constitucional do pacto federativo,
dos fundos públicos e emergencial.
O presidente também fez um
balanço do primeiro ano de gestão, citando a aprovação da reforma da Previdência, a redução do número de
ministérios e os indicadores positivos na economia.
"Nossa taxa básica de
juros (Selic) está em níveis mínimos históricos, a inflação sob controle, a
Bolsa bateu sucessivos recordes e o risco-Brasil diminuiu significativamente.
Com respeito ao nosso povo, faremos muito mais pelo País", diz um trecho
da mensagem.
OCDE
O texto também cita a carteira
de cerca de 300 projetos do programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que
prevê a privatização e a concessão de serviços públicos em diversos setores,
como transportes, energia elétrica, petróleo e gás natural, parques nacionais, defesa,
segurança pública, educação, saúde e telecomunicações. Outro ponto mencionado
na mensagem é a continuidade do processo de acessão do Brasil para integrar a
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que
reúne 36 das economias mais desenvolvidas do mundo.
Após a sessão solene, o
ministro Onyx Lorenzoni afirmou, em entrevista a jornalistas, que o governo
pretende mudar o patamar de governança pública do Estado brasileiro: "Nós
inovamos na mensagem esse ano, o presidente Bolsonaro manda uma mensagem
mostrando conceitualmente que novo Brasil nós estamos construindo. Ano passado,
nós literalmente arrumamos a casa, nós já alteramos e muito a relação do
governo com a sociedade, nós seguimos padrões de governança pública preconizados
pela OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Então,
aparece muito fortemente essa preocupação da acessão do Brasil à OCDE. Isso é
relevante porque coloca a governança brasileira, a forma como se conduz o Poder
Executivo na sua relação com o Legislativo, o Judiciário e a sociedade, no
padrão de comportamento das 36 maiores economias do mundo. Isso é muito
importante, é sair do improviso, é trabalhar com conceitos claros".
Foco no social
O ministro-chefe da Casa Civil
disse ainda, após a sessão solene, que o foco da gestão federal neste ano será
a parte social e destacou mudanças que serão implementadas no programa Bolsa
Família.
"Caminha para ser um ano
onde haverá um foco ainda mais intenso na questão social, quando estamos trabalhando
para revisar o Bolsa Família, fazer com que critérios de mérito, de qualidade,
de atenção à primeira infância [sejam contemplados]. Estamos modificando o
Bolsa para dar uma cobertura ainda melhor para crianças de zero a 36 meses de
idade", afirmou Onyx Lorenzoni.
Em seguida, ele adiantou que o
Ministério da Educação deverá lançar um voucher-creche voltado para
crianças atendidas pelo programa de combate à miséria.
"Há algo muito valioso
que está sendo trabalhado no Ministério da Educação, que é a possibilidade de
ter o voucher-creche, derivados daqueles recursos que vieram da
Petrobras. O principal foco serão as crianças e famílias do Bolsa
Família". Amanhã (3), está prevista uma reunião do conselho de ministros,
coordenada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Reforma administrativa
Sobre a reforma administrativa
que o governo prepara para enviar ao Congresso ainda neste semestre, Onyx
Lorenzoni enfatizou que o principal objetivo é criar um serviço público
"ágil" e "eficiente", e citou o modelo britânico como
parâmetro. O texto do governo deverá ser enviado na forma de uma proposta de
emenda constitucional (PEC), que demanda quórum maior e duas votações tanto na
Câmara quanto no Senado:
"Deverá vir, muito
provavelmente, uma PEC conceitual tratando de uma reforma administrativa para
os novos funcionários [públicos]. O que nós pretendemos construir no Brasil é
um civil service, ou seja, um serviço público no padrão inglês.
Claro, é um sonho, um objetivo, mas nós vamos lançar as bases para construir
isso, despartidarizado, focado na prestação de serviço de qualidade à cidadania
e construindo um setor público ágil, eficiente e que responda de verdade às
demandas da sociedade brasileira".
Outra reforma esperada por
parte do governo para este ano é a tributária. Ao menos dois outros projetos já
tramitam no Parlamento, mas o governo federal deverá também propor alterações.
Título e Texto: Pedro
Rafael Vilela; Edição: Denise Griesinger – Agência Brasil,
3-2-2020, 17h42
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