sábado, 14 de novembro de 2020

[Diário de uma caminhada] André Ventura e a reinvenção da arte da política. A nova luta pela sanidade mental coletiva


Gabriel Mithá Ribeiro 

Elites histéricas: devastadoras da sanidade mental coletiva

A psicose é uma «doença mental que se caracteriza pela desintegração da personalidade e por uma distorção da realidade, do raciocínio e do comportamento, das quais o doente não se apercebe.» (Priberam, dicionário online). 

Nessa tipificação cabem outras patologias, como a histeria. Todavia, a última caiu em desuso porque no passado houve uma focagem excessiva nas mulheres quando a doença também atinge os homens, para além do surgimento de tipologias de doenças mentais mais precisas. Ainda assim, como o sentido comum da palavra mantém-se acrescento um traço particular da histeria: «tipo de comportamento com grande, intensa ou ruidosa manifestação de emoção.» (Idem) 

O maior feito da globalização esquerdista-progressista foi transformar a histeria, termo aqui usado em sentido genérico, de desequilíbrio mental individual em fenómeno coletivo, missão levada a cabo por uma casta restrita, mas poderosa, que hoje domina a comunicação social, as universidades, o mundo intelectual, político, artístico ou ativista. 

Essas elites histéricas viciaram-se em subjugar mentalmente as sociedades dissociando certos fenómenos históricos e sociais do tempo e do espaço concreto em que ocorreram, deslocando-os para o tempo e o espaço que convêm aos progressistas. Como todas as manipulações mentais são profundamente perversas, e quando têm impacto coletivo são socialmente destrutivas, estamos perante um campo tão fundamental quanto inovador da luta pela dignidade dos povos e pela justiça social que pode agora contar, em Portugal, com André Ventura e com o CHEGA. 

Quanto mais as elites histéricas sentem que as sociedades estão a despertar contra quem as tenta enlouquecer, tanto mais manifestam comportamentos e emoções ruidosos e tanto mais distorcem a natureza da luta moral e cívica de quem lhes faz frente, como André Ventura e o CHEGA. Além de Portugal, o fenómeno é verificável a olho nu no Brasil, nos Estados Unidos da América, Austrália, Israel, em diversos países europeus. Pelo menos. 

Cinco formas de aniquilar a sanidade mental coletiva. Combata-as!

1. O «fascismo»

O fascismo existiu em Itália. O momento inicial foi a Marcha Sobre Roma (1922) e estendeu-se atá ao fim da segunda guerra mundial (1939-1945). O seu tempo histórico e o seu espaço territorial concretos são esses. Distorcendo a realidade factual, as elites histéricas portuguesas identificam o fenómeno em Portugal e têm horror a quem ouse constatar o óbvio: Salazar não foi fascista. Confundir fascismo com autoritarismo conservador é confundir o inconfundível, é meter na cabeça das pessoas que querer mudar é o mesmo que querer escapar a mudanças. Anoto que as «provas» do «fascismo» do Estado Novo (1926/1933-1974) acumularam-se não enquanto o regime existiu, mas após o seu desaparecimento, acentuando-se à medida que os anos foram passando. Falta desenterrarmos Salazar para lhe explicarmos que ele era «fascista» porque os histéricos do Comité Central do Partido Comunista Português (PCP) assim o determinaram. Para todo o sempre. 

2. O «nazismo»

O nazismo funciona como o patamar seguinte do histerismo das elites. O fenómeno existiu na Alemanha entre 1933 e 1945, porém os mesmos que garantem o «fascismo» póstumo de Salazar insistem na mesma lógica deslocando o «nazismo» da Alemanha de Hitler para Portugal de Salazar. Para atormentarem as mentes asseguram ainda que o fenómeno está de regresso e, por isso, têm o direito de impor cordões sanitários. Considerando o percurso histórico da sociedade portuguesa, o passado e o presente que determinarão o futuro, a atitude de tais sujeitos corresponde a garantirem que um ganso pode nascer de uma galinha. Histéricos. 

3. O «racismo»

O racismo é um fenómeno deslocado dos Estados Unidos da América para Portugal e para a Europa. Desde a origem e para sempre, os ancestrais do outro lado do Atlântico são apenas os índios, pelo que brancos e negros estão condenados a disputar entre si filiações legítimas a um espaço territorial que nunca lhes vai reconhecer a ancestralidade e, por isso, as disputas raciais estarão sempre latentes. Portugal e a Europa são substancialmente distintos. Os colonizadores europeus praticaram a discriminação racial fora do seu espaço territorial e, com as independências e com o fim dos impérios, as populações negras assenhoraram-se dos seus espaços ancestrais, a África, e as populações brancas europeias viram a legitimidade do seu poder confinada ao seu espaço ancestral, à Europa. 

Logo, o caldo de tensões raciais à americana é impossível de ser reproduzido em África ou na Europa atuais, a não ser por indução artificial de um parto sem gravidez. Só mentes histéricas acreditam em tal possibilidade. 

Claro que na Europa existe espaço para a promoção de relações cordiais entre pertenças raciais e étnicas distintas, mas é preciso lembrar que o maior interesse nesse esforço recai sobre aqueles que não possuem a marca identitária da ancestralidade territorial, as minorias. As minorias brancas em África já o entenderam. O mesmo não acontece com as minorias negras na Europa iludidas pelos bem-pensantes. Estes para se imporem desencantam, por exemplo, lutas raciais em Lisboa ou Londres supondo-se em Nova Iorque. 

4. O «colonialismo» (termo impróprio para consumo)

Os mais ferozes na condenação do «colonialismo» europeu são, em geral, pessoas que não saíram do Ocidente. São os que não tiverem qualquer experiência vivencial do fenómeno colonial onde ele de facto existiu, como em África, e para protegerem a sua ilusão condenaram ao silêncio da história os colonos europeus que conviveram efetivamente com povos diferentes. 

Como a realidade acaba por se impor aos histéricos, de repente deixou de se falar de África e ninguém ousa comparar as condições de vida das populações na época colonial com as atuais. 

No mesmo sentido, hoje um jovem adolescente negro, nascido e criado em Lisboa ou em Paris, sem qualquer contacto existencial com África, consegue sentir-se e quase assegurar aos outros que foi «vítima» da «escravatura», do «colonialismo», do «fascismo» ou do «racismo». Basta-lhe escrever um rap com o ritmo e possuir um cérebro condizente com a sua relação alucinada com o tempo e com o espaço. 

5. Os regimes histéricos puritanos

Os regimes europeus especialmente histéricos na condenação da colonização europeia em África, em particular após a segunda guerra mundial (1939-1945), foram, por exemplo, os da União Soviética (URSS) ou da Suécia social-democrata progressista. Qualquer desses regimes tem a ver com povos sem experiências históricas concretas de contacto com a diferença racial, religiosa, cultural, identitária, existencial quando essas diferenças são ontológicas, profundas, como as que existiam entre os europeus e os africanos até ao século XX. 

No extremo oposto estão os povos colonizadores europeus como os portugueses, ingleses ou franceses. Desde o século XV e XVI, os últimos saíram do seu espaço começando a explorar a África, a Ásia ou as Américas e foram progressivamente conhecendo, por experiência vivencial, as virtudes e vícios dos povos daqueles territórios, assim como os colonizadores passaram a conhecer-se melhor as suas próprias virtudes e vícios ajustando-as às realidades concretas.

Quanto mais distantes de tais experiências, quando mais as sociedades vivem no reino da fantasia sobre as diferenças entre povos, maior a sua propensão para radicalizarem o seu juízo condenatório da conduta de outros povos. 

Durante a guerra do Ultramar (1961-1974), os sociais-democratas suecos foram antiportugueses e fortemente pró-Frelimo, em Moçambique. O seu histerismo é de cátedra. Viram desabar o seu superior moralismo multicultural progressista quando, pela primeira vez na sua história e já no século XXI, tiveram de lidar com uma minoria imigrante culturalmente distinta deles no seu país, a islâmica. O convívio está a revelar-se desastroso. É tempo de lhes lembrar que os portugueses, ingleses ou franceses fizeram muitíssimo melhor quando eram minorias em África. 

Os soviéticos, por seu lado, constituíram a nata da psicose coletiva. Os russos nunca abandonaram o seu provincianismo mental resultante de uma história milenar voltada para o interior do seu extenso território. Quando já não havia reis absolutos na Europa, nem sequer em Portugal, eles ainda eram dominados por um czar, Nicolau II. A partir de 1917, trocaram-no pelos ainda mais criminosos Lenine e Estaline. E milagre dos milagres, num ápice os russos passaram a alegar conhecer melhor do que ninguém todos os povos da terra para libertá-los, eles que nunca tinham saído do seu território. O facto é que quando chegou a sua primeira experiência concreta fora da Rússia, na Europa de Leste, foi o que sabemos, opressão pura e simples de povos que nem eram muito diferentes deles. 

O histerismo é produto do ódio ao nacionalismo. A Nova Direita é a solução

A globalização da patologia do histerismo é consequência e causa do ódio ao patriotismo e ao nacionalismo. Esse ódio desvia a mente coletiva de realidades existenciais concretas em troca da alienação mental globalista. 

É possível colocar a atual elite histérica no divã e tratá-la? É! Como? Participando na profunda transformação política, social, civilizacional já iniciada na Europa, nos Estados Unidos da América (EUA) ou no Brasil. 

Em Portugal, a lucidez e a coragem de André Ventura dão essa garantia. Este já fez saber que não cederá mesmo com Joe Biden na presidência dos EUA. Que muitos outros não hesitem na defesa da sanidade mental coletiva. 

Título e Texto: Gabriel Mithá Ribeiro, Vice-Presidente do CHEGA!, 14-11-2020  

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