sábado, 7 de novembro de 2020

[Diário de uma caminhada] Homenagem a André Ventura: a «Comunidade Moral Portuguesa» renasceu


Gabriel Mithá Ribeiro 

Há momentos em que a defesa da dignidade dos povos impõe mudanças profundas. Um indivíduo pode ter a lucidez e a coragem de iniciar a caminhada, transformando-a num movimento coletivo, e a mais justa homenagem que lhe prestamos é a de trilharmos o caminho aberto pelos nossos próprios pés, aliviando a carga solitária de quem nos permitiu reinventar o destino coletivo. 

André Ventura e seu CHEGA originário geraram as condições para que os portugueses se libertassem de quase meio século de opressão mental monoideológica para, em plena liberdade, rumarem noutra direção, esta orientada pela restauração do ideal civilizacional secular português e ocidental fundado e mantido pelo primado moral da autorresponsabilidade. Tão sólida tradição histórica tem sido sacrificada pela revolucionária III República Portuguesa que escolheu submeter os portugueses ao ideal da vitimização de origem soviética, a orientação moral visceralmente inimiga da autorresponsabilidade. 

Estramos, desse modo, num novo ciclo de rearmamento moral. Repitamos mil e uma vezes a palavra autorresponsabilidade e captaremos o sentido da transformação social e histórica iniciada, em 2019, por um grupo originário ultraminoritário que buscou sobreviver num contexto especialmente hostil. A realidade, por si mesma, não se surpreendeu e tem feito com que o movimento não pare de crescer. 

Não há mistério. Finalmente passou a ser possível aos portugueses recolocarem a realidade na devida ordem, isto é, passou a ser possível corrigir um sentido do mundo de pernas para o ar viciado em sobrevalorizar a política e a menosprezar a moral social. Voltou o tempo de se fazer o inverso, de recolocar o primado moral no topo da pirâmide da existência coletiva, o que apenas se alcança com o envolvimento dos portugueses comuns, mesmo daqueles que não se identificam com André Ventura e com o CHEGA. 

O facto é que a política e a sociedade não voltarão a ser como antes. 

Por todas as razões, antes de se pertencer a um partido político importa ter consciência da comunidade política mais vasta da qual esse partido deriva e na qual se insere, agregada em torno dos ideais como ser de direita, conservador, reformista, liberal ou nacionalista, ideais que demarcam fronteiras claras em relação à comunidade política concorrente, a de Esquerda. Basta qualquer português partilhar apenas um dos ideais referidos, não é necessário serem todos, para o CHEGA, de André Ventura, poder também ser a sua casa. 

Uma comunidade política, por seu lado, apenas faz sentido no mundo civilizado se integrada numa comunidade cívica ainda mais vasta. A última assenta em valores e princípios socialmente transversais – partilhados pela Direita, pela Esquerda e pelas demais subdivisões políticas e sociais – que garantam a autonomia, por um lado, entre o Estado e a Sociedade, a fonte das relações de poder na contemporaneidade, e, por outro lado, entre a Sociedade (aberta e igualitária) e as suas Instituições (fechadas aos agentes de dentro, hierarquizadas, fundadas na autoridade e na ordem). 

Com isso, a cada dia com mais clareza, os portugueses percebem que o CHEGA, de André Ventura, é uma força política e, em simultâneo, uma força cívica, conjugação com forte poder de revitalização da moribunda democracia portuguesa. 

Todavia, no topo da pirâmide das mudanças sociais em curso está, como foi referido, a consciência da pertença a uma comunidade ainda mais vasta, a comunidade moral. É esta que garante a unidade do género humano no tempo e no espaço, o ponto de partida supremo que, apenas ele, pode garantir a renovação da justiça social e da prosperidade económica coletiva, isto é, inverter os falhanços sucessivos da III República Portuguesa. 

Quando a moral social antecede tudo o resto, a sociedade deixa definitivamente de estar de pernas para o ar, sendo que a pertença a uma comunidade moral de âmbito nacional significa, necessariamente, a consciência da filiação a um longo passado histórico, ou mesmo longuíssimo passado histórico. No Ocidente, a comunidade moral existe quando se assume que a dignidade humana não nasceu em 1974, ou noutra qualquer data recente, antes tem milénios de história para contar. 

Face a renovadas e tão fundamentais transformações, as próximas eleições assumem especial relevância. André Ventura foi único político, e é o único candidato presidencial, que se revelou capaz de lançar a semente que congrega um projeto político, o CHEGA, com uma ampla comunidade moral, a Portuguesa. 

Foi dessa semente que surgiram «Os dez mandamentos da sociedade inteligente, justa e próspera», decálogo publicamente apresentado no texto intitulado «O presente e o futuro de uma reinvenção social iniciada» (jornal on-line Observador, republicado em https://www.facebook.com/PartidoChegaOficial/, 1.11.2020, e aqui neste blogue). Esse texto, em conjunto com este, agora publicado da Página Oficial do CHEGA, desfazem dúvidas ou ambiguidades sobre a natureza da comunidade moral na qual o CHEGA se revê, inclusive por ser o seu patrono. 

Deixará de ser legítimo, a quem quer que seja, alegar que desconhece a natureza moral, cívica ou política do contrato social entre o CHEGA e os Portugueses. As manipulações, as distorções, as mentiras sobre a natureza deste movimento popular não podem ser mais toleradas, posto que não restam argumentos morais, cívicos, políticos, culturais, civilizacionais ou legais para que o CHEGA seja discriminado, ostracizado ou desconsiderado comparativamente às demais forças políticas, de forma manifesta ou latente, no âmbito de qualquer instituição como o Estado, as igrejas, o ensino, a comunicação social, as universidades, entre outras. 

No dia em que forem os outros a determinar a nossa própria identidade individual ou coletiva, no dia em que forem os outros a julgar-nos por aquilo que não fomos, por aquilo que não queremos ser e por aquilo que jamais seremos – o totalitarismo venceu em toda a linha, a liberdade passou a letra morta, o respeito pela condição humana foi esmagado. 

Esta é a homenagem a André Ventura e ao seu primeiro CHEGA por quem teve a felicidade de apanhar o comboio em andamento. Que muitos e muitos portugueses também o façam independentemente da sua condição socioeconómica, formação escolar, profissões, filiações políticas antecedentes, pertença racial, género, histórias de vida e todas as demais diversidades que instituem sentimentos de pertença a uma Nação e a uma Pátria, a Portuguesa, e a uma Civilização, a Ocidental. 

Título e Texto: Gabriel Mithá Ribeiro, Vice-Presidente do CHEGA!, 7-11-2020

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