Retração da economia atiça críticos, mas desempenho do país foi melhor do que os piores prognósticos no início da pandemia
Silvio Navarro
No meio do terror do
noticiário, lá pelo último parágrafo aparecia uma notícia importante, mas quase
esquecida: houve reação no quarto trimestre do ano passado (alta de 3,2% na
comparação com os três meses anteriores). Leia-se: quando os governadores
empoderados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) autorizaram a população a sair
de casa, a economia aqueceu. Aliás, serão eles, mais uma vez, os responsáveis
por novas restrições ao funcionamento da vida — da vida, isso mesmo, porque
mais de 90% dos brasileiros precisam trabalhar para comer, dar de comer e pagar
seus incontáveis impostos em dia.
A estratificação dos dados do
IBGE ainda aponta que:
1) motor do país, o
agronegócio registrou crescimento (2%);
2) a indústria declinou 3,5%,
mas os profetas do caos previam usinas de sucata no começo da pandemia;
e 3) o setor de serviços recuou 4,5%, mas nenhuma área fez melhor do limão uma limonada nessa crise.
Mas repito a pergunta: alguém
olhou para a grama do vizinho? Na Europa, onde o vírus bateu à porta primeiro,
a Espanha despencou 11%, o Reino Unido, 10%, e a Itália, 9%. No Japão e na
Alemanha, houve retração de 5%, maior do que no Brasil.
Em meio à pior pandemia em um
século e num 2020 que parece não querer acabar, o Brasil “fez o que podia
fazer”, resumiu o secretário nacional de políticas econômicas, Adolfo Sachsida,
em entrevista à rádio Jovem Pan. Não há o que comemorar com esses números. Mas
quem, no mundo, comemorou? A China, talvez — mais uma vez.
Título e Texto: Silvio
Navarro, revista Oeste, 3-3-3021, 20h
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