José Mendonça da Cruz

A bem da memória, eis excertos
do artigo de página inteira publicado no jornal Público de 20 de julho de 2020,
sobre a TAP, por António Pedro Vasconcelos, o realizador de cinema que se crê
especialista de aviação civil nas horas vagas, Bruno Fialho, vice-presidente do
Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil, e Luís Ferreira.
Sob o título «TAP – uma
decisão responsável», os três articulistas aplaudiam a nacionalização da
TAP. Declarando que «mantendo-a viva e nossa, a TAP pode e deve ser…», estes
patriotas úteis enunciavam um programa. Era assim:
- que a TAP permita «que a ANA
tenha e desenvolva, principalmente em Lisboa e Porto, hubs [plataformas, ou
cubos da roda] aeroportuários».
- que a TAP tenha, não «o
apeadeiro do Montijo», mas um novo e grande aeroporto em Alcochete, «agora mais
do que imperativo».
- que a TAP seja «veículo de
desenvolvimento (do) cluster da construção de infraestruturas aeroportuárias»,
«juntando também aí empresas e Estado».
- que a TAP seja motor de uma
estratégia «na investigação e desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas
de informação, incluindo robótica».
- que a TAP, por fim, faça
«parte do cluster do hidrogénio».
Os itens estavam perfeitamente alinhados com o proverbial multiplicador socialista, que -- como com as SCUTs, as La Seda, as renováveis, o hidrogénio, o aeroporto de Beja etc. -- promete milhões por cada milhão de investimento, e produz na realidade milhões de prejuízo por cada euro lá posto.
Ora, agora que a TAP, devido
ao assalto do governo socialista, sofre as consequências de, ao contrário de
todas as companhias europeias, não ter beneficiado de apoios a fundo perdido;
- agora que a TAP está
reduzida a uma pequena companhia regional, deficitária, financiada com milhares
de milhões tirados aos contribuintes;
- agora que a TAP rifa aviões
e despede milhares de pessoas...
... é natural que o ministro
soviético Pedro Nuno Santos, cujo apetite por nacionalizações só é ultrapassado
pela sua incompetência, esteja calado, tanto mais que contratou uma senhora
especialista de uma pequena companhia francesa, que acarretará com o odioso dos
despedimentos, a culpa dos prejuízos e a irrelevância da empresa.
... é natural que António
Pedro Vasconcelos, que depois do seu apoio às medidas soviéticas de Costa e
Santos recebeu um subsídio de 600 000 euros (mera coincidência, evidentemente)
não queira voltar ao assunto.
... é natural que o
sindicalista não queira que os seus representados se lembrem das coisas que
dizia e prometia.
... e é natural que, como
sempre, Costa afiance que não tinha percebido nada, não teve nada a ver com
isso, e não teve culpa nenhuma.
Quanto aos contribuintes, que
paguem. Mas, talvez, não utilizem os aviões. É que os Drs. António Costa e
Pedro Nuno Santos têm vocação para a destruição de valor e o desastre.
Título e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas,
8-7-2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-