Haroldo Barboza
Motivos para revolta
Num ciclo
de quatro anos, durante três anos e onze meses, os políticos nos ignoram.
Apenas se concentram em arquitetar planos engenhosos de compras e obras inócuas
com participação de empresas fantasmas pertencentes a parentes e parceiros que
geram notas fiscais nebulosas. Os valores combinados rapidamente passam às
contas bancárias destas “empresas” e se dissolvem por algumas “coligadas” para
dificultar futuros rastreamentos.
No mês que
completa o ciclo (4º setembro), tornam-se simpáticos defensores das demandas
populares e anunciam falácias (as mesmas de seus antepassados) sonhadoras
sabendo que os eleitores domesticados pela cuidadosa lavagem cerebral virtual,
lhes concederão os votos para que continuem no “extenuante” trabalho em busca
do crescimento (da miséria) da nação.
Para seu
próprio crescimento, a confraria dos pilantras aprimora o revezamento do poder
de seus integrantes criando um amplo menu de escolha, contendo dezenas de
mentes podres ornamentadas com belas asas angelicais. Em troca pelos votos,
criam “leis” que garantem penduricalhos para triplicar seus salários.
E assim vamos alargando o cinturão da miséria que nos sufocará em quinze ou vinte anos, acendendo o pavio da caldeira da degradação popular. A cada proximidade do pico da “indignação” contra uma barbaridade que nos denigre, habilmente geram um novo evento (do adversário partidário) para desviar o foco das “investigações”. E a cada CPI (que eventualmente condena um “boi de piranha”) concluída depois de R$ milhões gastos na sua condução, NENHUM centavo desviado retorna aos cofres públicos.
Em plena
crise de desemprego, educação falida, saúde contaminada e segurança pública
esgarçada, eis que chancelam uma verba de quase R$ 6 BILHÕES para suas
c(h)ampanhas eleitorais, sob o manto das “impenetráveis” urnas eletrônicas.
Imaginemos metade disto aplicado na defesa da Amazônia. A outra metade, no
combate ao tráfico de armas.
Mas o povo
“esclarecido” está pronto para ir às ruas manifestar sua indignação incontida
numa das seguintes situações:
- falta de
novelas por uma semana;
- falta de
mulatas rebolando nos ensaios das escolas de samba;
- seleção
brasileira ser eliminada na 1ª fase da copa do mundo em 2022;
- cerveja
sem espuma no copo;
- aumento
da carga escolar para nossos cansados jovens.
Título e Texto: Haroldo Barboza,
23-7-2021
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A 4ª “onda” pode chegar em agosto
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