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“A mão que balança o berço” é um filme de 1992, que conta a história de uma babá vingativa e psicopata que manipula uma mulher ingênua com a pretensão de roubar a sua família. No começo, Peyton, a babá, aparece como uma cuidadora perfeita, mas, aos poucos, o seu comportamento vai se mostrando estranho e, por fim, demoníaco.
O sucesso do filme se deve ao
fato de que ele descreve condutas que vemos com certa frequência na realidade: pessoas
maquiavélicas que disfarçam as suas más intenções através de palavras doces e
bonitas, travestindo-as com os sentimentos mais cristãos e piedosos, mas que,
no fundo, são predatórias, homicidas.
É esta a meiguice do art. 3
§5-6 de “Traditionis custodes”: o bispo, nas dioceses nas quais até
agora existe a presença de um ou mais grupos que celebram segundo o Missal
antecedente à reforma de 1970: proceda, nas paróquias pessoais canonicamente
erigidas em benefício desses fiéis, a uma côngrua verificação em ordem à
efetiva utilidade para o crescimento espiritual, e avalie se deve mantê-las ou
não; terá cuidado de não autorizar a constituição de novos grupos”.
Ou seja, de um lado, mostra gentilmente a preocupação com o benefício dos fiéis tradicionais e, de outro, chega já com a sentença de morte e de não reprodução: acabe-se com as paróquias pessoais e tome-se cuidado para que elas não se multipliquem, para que não haja novos grupos como esses.
Bergoglio quer aplicar aos fiéis
tradicionalistas uma espécie de eutanásia eclesial. Não basta confiná-los num
gueto excêntrico, marginalizá-los como fora da “lex orandi” (ação de todo
absurda), violentar o Usus Antiquor para adaptá-lo ao rito moderno, violentar
os próprios fiéis católicos para que se adequem à nova pastoral ativista e
estéril, em suma, infernizá-los para que sejam tudo, menos tradicionais; é
necessário também suprimir as suas paróquias e proibir qualquer reprodução. É
preciso matá-los.
Isto é violento. Muito
violento. Contudo, é mais violento quando acrescido pela violência psicológica
de uma gentileza fingida. É macabro! É como alguém lhe enfiar um punhal com um
olhar doce e um sorriso meigo: “é tudo para o seu benefício e para o seu
crescimento espiritual”.
Como pode existir benefício
com a completa supressão? Como pode haver crescimento com a proibição de
crescer, de expandir-se, de multiplicar-se?
O texto do Motu Proprio
é não apenas contraditório, pois propõe chegar a uma finalidade por meios
inidôneos para tanto, mas também é cruel, desumano, maligno, incompatível com a
caridade, assim como a eutanásia não pode ser adequada ao amor ao próximo, pois
é a sua extinção, o seu completo cancelamento. Bergoglio o sabe e o faz de
propósito. A maquinação por detrás dessas formulações textuais o deixa claro e
não há como dissuadir-se disso.
Acontece que o desejo de
eliminar completamente a oposição é típico dos revolucionários. Como eles se
sentem investidos de um messianismo absoluto (não é por nada, mas ele escolheu
como nome papal “Francisco”, São Francisco de Assis, “o último depois do
único”) e portadores da nova era paradisíaca, sentem-se inteiramente
justificados para querer a morte de todos os que pensam diferentemente deles,
especialmente dos que são um impedimento para que se alcance aquele maravilhoso
futuro de que se autodeclaram representantes. Em nome do paraíso de amanhã, que
nunca chegará, não encontram inconvenientes em criar o inferno hoje. É assim
que procederam todos os socialistas: mataram os seus opositores e, quando não o
puderam fazer fisicamente, fizeram-no jurídica ou moralmente, pelo assassinato
das suas reputações e pela impossibilidade de que eles tivessem em suas mãos
algum meio de ação.
A eutanásia se apresenta como
a mais humana das mortes, a mais gentil, a mais doce e até a mais caridosa. É
matar por amor, para acabar com um sofrimento. Hitler também dizia que “devemos
ser cruéis com a consciência limpa e destruir de maneira técnico-científica”.
Aqui, de maneira canônica, com as luvas do direito para não sujar as mãos de
sangue.
Por detrás da gentileza de uma
babá, esconde-se a malignidade de uma assassina inescrupulosa; sob a máscara do
bem e do cuidado, a sentença de morte, o “requiescat in pace” de quem quer
desfazer-se o quanto antes do rival para apoderar-se mais rapidamente de toda a
casa e simpaticamente dominar os seus moradores.
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