Presidente da República promoveu live nesta quinta-feira, 29, para falar sobre a importância da auditoria dos votos nas eleições de 2022
Edilson Salgueiro
O presidente Jair Bolsonaro promoveu uma live nesta quinta-feira, 29, para falar sobre a segurança das urnas eletrônicas de primeira geração, utilizadas nas eleições brasileiras desde 1996. Durante a transmissão, o chefe do Executivo federal esclareceu as dúvidas sobre o voto “impresso” e comentou a resistência do Tribunal Superior Eleitoral à auditoria dos votos nas eleições de 2022.
Butão, Bangladesh e Brasil
Segundo Bolsonaro, apenas
Butão, Bangladesh e Brasil utilizam as urnas eletrônicas de primeira geração
nas eleições. “Por que países como Japão e Coreia do Sul não adotam um sistema
como o nosso?”, perguntou. “O presidente do Tribunal Superior Eleitoral [TSE],
Luís Roberto Barroso, disse que nosso sistema é seguro e confiável.”
Debate politizado
O chefe do Executivo federal
criticou o modo como o debate sobre o voto “impresso” foi conduzido no Brasil.
“Por que a ferocidade do presidente do TSE em não querer discutir o assunto,
não falar sobre a contagem pública de votos?”, indagou. “Por quê, na iminência
da aprovação da PEC da deputada Bia Kicis, ele se reuniu com lideranças
partidárias?”
Barroso e a reunião com
líderes partidários
De acordo com Bolsonaro, após o encontro entre o ministro Luís Roberto Barroso e as lideranças de 11 partidos, as siglas mudaram radicalmente de posição sobre a questão do voto “impresso”. “Qual é o poder de persuasão do Barroso?”, questionou. “Que poder esse homem tem para demonstrar essa forma de convencimento?”
O presidente da República
afirma que a auditoria dos votos permitiria a realização de eleições
democráticas em 2022. “Por que Barroso teme tanto o voto democrático?”,
perguntou. “Por que ele não quer eleições democráticas? Mentem, senhor ministro
Barroso, aqueles que dizem ser retrocesso a instauração do voto impresso.”
Urnas eletrônicas de
primeira geração não são auditáveis
Conforme Bolsonaro, amparado
na opinião do deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), o sistema eleitoral
brasileiro é inauditável — ou seja, não é possível verificar os votos. “Não dá
para comprovar se houve fraude nas eleições”, afirmou. “Qual será o futuro do
Brasil se terminarmos as eleições com um lado ou outro desconfiando do
resultado do pleito?”
O chefe do Executivo federal
garante não querer criar animosidade com os Poderes da República. “Queremos
paz, tranquilidade”, asseverou. “O destino do Brasil será escolhido pelos
eleitores. Se tiverem feito escolhas erradas, que aguentem as consequências.
Porém, não podemos admitir que um candidato vença as eleições sem ter votos
suficientes.”
Segundo Bolsonaro, não é justo
os “responsáveis” pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
serem os escolhidos para contar os votos nas eleições presidenciais de 2022.
“Quero eleições no ano que vem, vamos realizá-las”, disse. “No entanto,
queremos eleições limpas, democráticas, sinceras. O que está em jogo é o futuro
do Brasil.”
Título e Texto: Edilson
Salgueiro, revista Oeste, 29-7-2021, 21h13
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