Veneramos simpaticamente os ladrões e incompetentes que nos desgovernam…
Pedro Caetano
Os Portugueses são economicamente miseráveis, mas gostam de ser muito bem-educados para quem os faz miseráveis. A maior parte dos povos do mundo tratam mal e mandam verbalmente a sítios poucos recomendáveis qualquer ladrão que os roube, ou incompetente que desperdice o seu dinheiro. Assim, nesses países há vergonha e fim de carreira política e pública para quem roube ou desperdice enormemente o erário público.
No entanto, isso não acontece
em Portugal. Os Portugueses, relembremos, são quem inventou um slogan único no
mundo para, bem-educados, desculparem políticos que os roubam: o famoso “rouba
mas faz”, que começou com Isaltino de Morais em Oeiras mas agora é aplicado a
quase todo o regime dos políticos e seus protegidos de honra em Lisboa.
Muitos dos nossos compatriotas
não percebem que nos outros países os políticos e quem eles nomeiam ou apoiam
para instituições públicas ou emblemáticas nacionais, se são bem pagos, têm é
de fazer e não precisam nem devem roubar para fazer.
Uma multidão de Portugueses
não percebe também que muitos dos nossos políticos e figuras públicas a eles
associadas, do futebol à banca, além de potencialmente roubarem ainda por cima
fazem muito poucochinho. Tão poucochinho que estamos economicamente estagnados
há mais de vinte anos e cada vez mais em últimos da Europa.
Igualmente, o Benfica há quase
sessenta anos que não é campeão europeu nem obtém nenhum outro título europeu.
Nem já no futebol, apesar de termos excelentes jogadores, somos primeiros, de
tal forma a cultura de lideranças sem ética nem mérito singrou na política e
nas comissões de honra dos políticos a apodrecerem Portugal por todo o lado.
Notamos a forma educadíssima
como as nossas televisões deram enorme tempo de antena ao advogado empinocado
de Luís Filipe Vieira para este atacar interminavelmente heróis nacionais como
Carlos Alexandre e Rosário Teixeira. Muitas prima-donas da nossa imprensa e do
regime também lamentam que estes valentes procurador e juiz tenham sido tão mal-educados
para com Vieira, com “métodos desagradáveis”.
Notamos sobretudo que Michael O’Leary, o CEO da Ryanair, que tem propriedade e paga impostos em Portugal, deu uma conferência de imprensa onde chamou Pinóquio e desenhou o famoso nariz de mentiroso na cara do ministro das infraestruturas Pedro Nuno Santos. Esta “falta de educação” vinda de um herói de sucesso da aviação internacional horrorizou vários jornalistas das rádios, televisões e jornais da nossa praça, que não negaram que o CEO da Ryanair tinha razão.
No entanto recomendaram que
não ouvíssemos o muito que este CEO
tinha para nos ensinar sobre aviação e fazer dinheiro, pois “tinha sido
muito mal-educado” para com o ministro que nada percebe de aviação e faz
desaparecer milhares de milhões de euros dos nossos impostos. O’Leary é
irlandês, logo não percebe que os portugueses prefiram ser pobres e ver os seus
impostos a serem esbanjados, mas extremamente bem-educados para quem os rouba
e/ou desbarata os seus impostos e dinheiros.
Na televisão tratam sempre
muito educadamente e dão grande destaque e entrevistas polidas aos políticos,
aos honrados pelos políticos e seus advogados.
Enquanto outros povos correm
com os ladrões, os portugueses estendem-lhes tapetes vermelhos! Derretem-se em
salamaleques e tiques de educação do século passado para com os políticos e
seus amigos, apesar de estes lhes levarem o dinheiro e quotas todas a troco de
nada e com nenhum resultado.
Em vez de preferirem quem lhes
apresente resultados e faça o país progredir finalmente na Europa, os
portugueses preferem incompetentes sem ética nas lideranças do governo e das
instituições portuguesas, cuja incompetência e falta de ética faça emigrar os
seus filhos e netos.
Acabamos e matamos lentamente Portugal, mas ao menos somos educados e veneramos
simpaticamente os ladrões e incompetentes que nos desgovernam sem reclamarmos
nem insultarmos!
Ora, Michael O’Leary tem todo
o direito de ser mal-educado, e nós também. Qualquer pessoa e país saudável o
seria. Afinal, temos sobre nós uma das maiores cargas fiscais da Europa, não só
medida em impostos diretos sobre o rendimento, mas em impostos como aqueles que
resultam em pagarmos a energia mais cara da Europa por poder de paridade de
compra.
E o que obtemos em troca de
pagar tantos impostos? Não temos autoestradas gratuitas como a maioria dos
outros europeus. Para irmos a cidades do interior, como Portalegre, por
exemplo, temos que pagar dezenas de euros em portagens.
Em contraste, o autor destas
linhas ainda agora foi de Ahios Nikplaus a Hereklion, na ilha grega de Creta,
de autoestrada, sem pagar um único cêntimo.
O ano passado também deu a
volta ao Peloponeso, a maior península grega, de autoestrada sem pagar um único
cêntimo. Todos sabemos que o mesmo se passa em Espanha e pela Europa quase
toda.
Também não temos acesso ao
serviço nacional de saúde fácil e generalizado como os outros europeus têm.
Quarenta por cento dos residentes portugueses pagam até centenas de euros
mensais para terem seguro de saúde privado para poderem ter acesso eficiente
aos médicos.
Este autor vive em Inglaterra
e tem sempre acesso fácil e rápido ao serviço nacional de saúde britânico, tal
como a grande maioria dos outros residentes britânicos tem, por isso apenas 10%
pagam seguro de saúde privado.
Em Portugal são 400% mais de
cidadãos forçados a pagarem seguro de saúde apesar de pagarem mais impostos do
que os britânicos.
Então para onde vai o dinheiro
dos nossos impostos se não vai para pagar as infraestruturas básicas e saúde
que os outros povos europeus têm de graça através dos impostos?
Segundo o CEO da Ryanair, os
nossos impostos vão para o nosso governo para, por exemplo, o ministro das
infraestruturas, Pedro Nuno Santos, “atirar para a retrete abaixo”. Isto porque
o governo gasta em companhias cada vez mais irrelevantes para Portugal, como a
TAP.
A TAP só voa para setenta
aeroportos do mundo, enquanto a Ryanair voa de Portugal para 140 aeroportos,
fazendo crescer o nosso turismo e economia, cada vez mais, no Porto, no
Algarve, nas Ilhas e em Lisboa.
No entanto, segundo os
jornalistas do nosso apodrecido regime, nem este eficientíssimo amigo da
economia portuguesa pode ser mal-educado para com o ministro inimigo da nossa
economia e das nossas infraestruturas.
Com muita educação e,
sobretudo, muito tempo de antena na televisão para qualquer ladrão, vivemos
assim num pântano cada vez mais podre e pobre desde que Guterres fugiu
horrorizado e repugnado, deixando o país nas mãos de Sócrates e Costa à frente
do PS, e Pedro Nuno Santos à frente da JS.
Se tivéssemos de apostar,
apostaríamos que depois de Sócrates e depois do seu número 2, Costa, teremos o
seu número 3, Pedro Nuno, também à frente de Portugal.
Sempre com muita educação,
muita subserviência, muito medo, nenhuma questão dura e mal-educada na altura
do esbanjamento de impostos (só depois dos factos). Continuaremos assim
miseráveis, mas bem-educados.
Esta boa educação patológica e
masoquista, única no mundo para com ladrões, sádicos políticos e seus amigos em
comissões de honra por todo o lado, parece ser a estranha morte de uma nação.
Somos dominados por um grande
conjunto de burros sempre à volta da nora da pobreza e a levarem chicotadas
cada vez mais fortes de quem vive à custa dos impostos deles, sem nenhuma
coragem, nem energia, para se rebelarem e se verem livres da albarda de serem o
povo mais pobre e mais emigrado de toda a União Europeia.
Título e Texto: Pedro Caetano, o Diabo, nº 2324, 16-7-2021
Digitação: JP, 25-7-2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-