Leonardo Desideri
Nos próximos meses, prepare-se para ver meios de comunicação e influenciadores de esquerda citando relatórios e estudos de um think tank lançado no fim de janeiro: o Washington Brazil Office (WBO). Reunindo instituições e personalidades de esquerda e extrema-esquerda brasileiras e internacionais, o grupo prepara uma investida para influenciar a opinião pública nas eleições de 2022 sob a fachada de “defesa da democracia”.
Estão envolvidas na iniciativa
organizações como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MTST
(Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), o Greenpeace, a ABGLT (Associação
Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos)
e o Amazon Watch. O projeto conta com o apoio da Open Society Foundations,
do bilionário George Soros, e de diversos professores universitários dos
Estados Unidos com histórico fortemente associado ao esquerdismo e a pautas
identitárias.
O grupo terá como embaixadores
algumas celebridades cujas presenças se tornaram quase obrigatórias em
iniciativas semelhantes, como o ator Wagner Moura, a cantora Daniela Mercury, o
apresentador Gregório Duvivier e o ex-deputado Jean Wyllys. O diretor-executivo
do WBO é Paulo Abrão, que foi presidente da Comissão de Anistia e secretário
Nacional de Justiça durante o governo Lula.
Embora fale em defender a democracia, o WBO dá vários sinais de que tem um objetivo muito concreto: recolocar o ex-presidente Lula no poder a partir de 2023. Entre os primeiros vídeos publicados em seu site estão entrevistas com Sérgio Ferreira, tradutor de Lula, e Stanley Gacek, advogado sindicalista norte-americano que é amigo do ex-presidente e chegou a visitá-lo na prisão em 2019.
O primeiro artigo de opinião
publicado no site do WBO polariza a disputa presidencial de 2022 entre
Bolsonaro e Lula. Depois de atacar o governo do atual presidente, o autor
compara as eleições de 2018 com as deste ano, e diz que elas serão diferentes
“mesmo que a histeria da direita ressurja”. Uma das diferenças, afirma o texto,
é que o “julgamento que desqualificou Lula” para as eleições de 2018 “foi
anulado devido às flagrantes violações éticas”.
Apesar dessas e outras
indicações evidentes de seu viés, o WBO diz que atua “com independência e de
maneira não-partidária”. Define-se como “uma instituição independente
especializada em pensar sobre o Brasil” e em “apoiar ações que fortaleçam o
papel da sociedade civil e das instituições dedicadas à promoção e à defesa da
democracia, dos direitos humanos, das liberdades e do desenvolvimento
socioeconômico e ambiental sustentáveis do país”.
Título e Texto: Leonardo
Desideri, Gazeta
do Povo, 8-3-2022, 19h37
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