Jiboia é capturada no 19º andar de prédio na Barra da Tijuca

Foram necessários treze dias para que a cobra fosse capturada. Moradores chegaram a deixar suas casas por medo do animal

Larissa Ventura

Após treze dias, uma jiboia foi capturada na Barra da Tijuca. O susto dos moradores do Condomínio Ernest Hemingway, na Avenida Lúcio Costa, teve início após o animal se esconder na parte estrutural do prédio, aparecer em diversos apartamentos e não ser encontrada pelos Bombeiros, nem agentes da Polícia Ambiental.

Com medo, muitos moradores saíram de casa e se hospedaram em hotéis, até a última quinta-feira, quando o pesquisador Ricardo Francisco Freitas Filho, conhecido como Doutor Jacaré, conseguiu localizar e capturar o animal. A informação foi divulgada pelo jornal “Extra”.

Tudo começou no último dia 12, quando uma criança, moradora do 19º andar, avisou ao pai que havia uma cobra em seu quarto. Ao ver o animal, o homem avisou a administração do prédio, mas, quando retornou, a cobra não estava mais no lugar. Pouco depois, o vizinho também relatou ter visto o animal em seu apartamento.

Os moradores decidiram chamar o Corpo de Bombeiros, que após vistoria no prédio, não encontrou a cobra. O biólogo Francisco Ricardo Freitas Filho, diretor do Instituto Jacaré, que atua no estudo e preservação da fauna das Lagoas da Barra e Jacarepaguá, então, foi chamado para tentar resolver o problema.

O biólogo identificou que o prédio possui interligação por estruturas de gesso que ligam os apartamentos uns aos outros. Além disso, um outro morador havia substituído parte do gesso por calha, devido à umidade. Esse ambiente é favorável para o animal, que se deslocava por esse espaço de um apartamento a outro e, com acesso à estrutura vertical, também podia se deslocar entre os andares.

Mesmo assim, os moradores não o deixaram tentar localizar a cobra e chamaram a Polícia Ambiental, que também não encontrou o animal. Foi quando a administração entrou novamente em contato com o Dr. Jacaré e pediu que ele resolvesse a situação.

Com a captura, foi descoberto que o problema poderia ter se tornado ainda pior. A cobra, que foi identificada como da espécie Sussuaboia, ou cobra-veado, estava grávida e poderia ter gerado filhotes, que iriam se reproduzir e poderiam se espalhar por todo o prédio.

Título e Texto: Larissa Ventura, Diário do Rio, 27-3-2022