Alexandre Garcia
O candidato da esquerda na eleição francesa ficou fora do segundo turno; terminou em terceiro lugar. Vão para o segundo turno Emmanuel Macron e Marine Le Pen, os dois muito perto um do outro na contagem de votos. A decisão final fica para 24 de abril.
Lá não tem Justiça Eleitoral.
Quem faz a contagem final é o Ministério do Interior, que recebe os votos
contados em cada seção eleitoral. O voto é em papel, colocado em uma urna em
acrílico, transparente, se vê o voto entrando. Quando termina a votação, é
tirado o lacre e conta-se ali imediatamente os votos, com uns fiscalizando os
outros.
Todo francês com mais de 18
anos é eleitor, o voto não é obrigatório, pode votar em quem quiser, e está lá
a cédula em papel na seção eleitoral à disposição de quem quiser votar ou então
pode trazer de casa. E a França é uma grande democracia.
Não estou aqui pregando a volta do voto em papel, mas a velocidade de apuração na França é a mesma do Brasil, e aqui não é transparente. A gente não vê como é que os bytes, megabytes e terabytes estão contando as coisas, se mexendo lá dentro.
A eleição na França nos faz
pensar, mais uma vez, sobre a transparência, já que a gente tem uma decisão
exemplar da Justiça alemã dizendo que a eleição, que é do eleitor, tem que ser
transparente em todos os seus processos, principalmente na apuração.
Título e Texto: Alexandre Garcia, Gazeta
do Povo, 11-4-2022, 21h42
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