Carina Bratt
AMIGAS LEITORAS nas minhas
‘DANAÇÕES’ de hoje, falarei do final das propagandas políticas espalhadas pelas
ruas e avenidas, becos e ruelas, travessas e alamedas das nossas cidades.
Graças à Deus esses desarranjos sonoros acabaram. A bem da verdade, já foram
tarde. Acreditem, eu e meu Desespero cansamos de topar com figuras nojentas,
desleais e farsantes que por um tempo (embora relativamente curto) nos encheram
os ouvidos com suas gritarias e urros, berros e mugidos, lamentos e manifestos
completamente destituídos da verdade.Zona Sul de São Paulo
De contrapeso, cruzamos com carros de sons em alturas desnecessárias,
além de ouvirmos buzinas escandalosas como trombetas menstruadas anunciando o
fim do mundo. Sem falarmos nas mentiras e promessas, lorotas e invencionices
que nunca serão efetivamente levadas à termo. Não faltaram no grande carnaval
fora de época os travestidos de bons meninos. Em igual passo, as ‘garotas’
foram aos píncaros (1) das loucuras mais insanas com seus vestidinhos acima dos
joelhos, dispostas a tudo. O que assistimos, lembrando, ‘Euzinha’ e meu
Desespero, do alto das nossas incredulidades?
Ao vivo e em cores, os energúmenos ‘bombons de alhos socados’ tipos os
‘imbecilóides’ (2) fantasiados com as bandeiras de uma nação enterrada em
corrupções, ‘usque’ seus números de legendas grudados como adesivos nas roupas,
além claro, de não deixarem faltar as implorações e as súplicas acirradas, as
postulações aos votos dos Manés e das Julietas desamparadas. Para chegarem aos
respectivos pardieiros e sentarem as suas bundinhas nas soberbas e enganosas
rodas do Poder, vale qualquer sacrifício, inclusive barganharem as pregas, as
vergonhas, venderem as dignidades, degradarem as honras pela infâmia negra das
Enganações e dos ‘trapaceamentos dos desmilinguidos’ esses coitados, partes
ativas dos nobres seres viventes vindos dos mais diversos e longínquos
Proletariados.
O Poder, amigas, cega os incautos. Apaga as luzes da verdade. Mancha a moral, destrói o lado bom que as criaturas têm dentro de si, não permitindo que enxerguem um palmo adiante de seus narizes. Confessamos, os espetáculos armados ‘pelo aí afora’ foram estupendos e arrancaram fortes aplausos das plateias dos enormes circos armados. Os palhaços ensaiaram bem seus números. Não fizeram feio nos picadeiros. Tudo pela visão dos abraços aos votos levados pela ganância estapafúrdica de mamarem às custas de cargos sujos e repletos das doenças as mais contagiosas.
Fazemos referências, aquelas intempéries maledicentes que grudam nos ossos dos apelidados de ‘candidatos’ como um mal irreversível, não havendo médico nem receita que sinalize a cura. Pois então, amigas, os fugidos do inferno se foram. O barulho acabou, as arruaças, os alardes, os estrondos, os tumultos atrapalhando a caoticidade (3) do trânsito, as quizílias (4) dos bares de esquina, enfim... os vermes, as pústulas, os canalhas debandaram. Escafederam. Ficaram seus rastros, os estragos, as fotos e as filmagens feias. Restaram os entulhos das propagandas, os santinhos espalhados pelas nossas praças e jardins.
Nos chegaram notícias de proprietários que alugaram seus espaços para
esses malandros de carteirinha e sindicato, em busca do Poder. Senhorzinhos e
senhorazinhas, coitadas, na ânsia de ganharem um extra cedendo seus imóveis
para os comitês políticos sem exceção, todos ficaram a chupar os dedos. Estão
desolados, abatidos, estarrecidos. Perderam bons inquilinos na esperança de um
‘por fora’ que se esvaiu como fumaça em pleno ar’’. Os ‘Pablos Muribecas’, os
‘Toninhos Bolas Cheias’ (Me Chutem para gol), os ‘Zezés Lixeiros’ (Vamos Limpar
as Mazelas), os depravados, os estercos fedorentos se ‘pirulitaram’.
Deixaram, entretanto, as suas bostas e cagalhões. Alguém tem que limpar
todos esses excrementos espalhados em nossas metrópoles. Conhecemos um bocado
de moças (idades as mais variadas) que passaram dias e dias entregando
panfletos numa carga de dez horas, de segunda a segunda, em troca de míseros R$
30 reais. Os trabalhos escravos, amigas, continuam. A indecência impera.
Pensem! ‘Candidatos’ que do nada fizeram aflorar os desplantes, ‘as putarias’ e
as caras de paus de contratarem pessoas simples e honestas levadas pela
desditosa soma de R$ 30 reais, se eleitos, creiam, nada farão em prol da
população, a não ser visarem os próprios bolsos e os aumentos de suas contas
bancárias.
Aqui, e acolá, tais quadros idênticos voltarão à baila nas eleições
vindouras. Veremos cenas macabras que se repetirão de norte a sul, de leste a
oeste. Os nossos dignos representantes, ou ‘as e os almofadinhas’ do tetérrimo
(5) Tribunal Superior Eleitoral deveriam ter a dignidade, o brio, a idoneidade
o aprumo, de editarem uma norma (falando de forma simples para que todas as
minhas leitoras entendam) obrigando os ‘Candidatos’ (tanto os que ganharam,
quanto os que levaram ferro), a recolherem as sujidades deixadas em suas
corridas pastos afora. Uma norma que os botasse na cadeia.
Amigas e leitoras, raciocinemos juntas. Meu Desespero está em frangalhos
(6): entendam a lógica ilógica da coisa, da situação. Nos baseamos em mata
fechada, sem cachorros. Pior, caminhamos à beira de um abismo intransponível.
Temos diante dos bugalhos (7), um despenhadeiro sem volta. Percebam, estamos
sós, sem amparo, sem saída, à mercê da sorte ingrata. Ao nosso lado, rindo das
nossas embirrações, o sisudo ‘prestes’. Por ele, seremos abocanhadas. Desta
feita, mordendo nossos sapatos, a nova coqueluche que acabou de chegar. A droga
veio de mala e cuia. Que droga?! Não outra senão a turminha forte e robusta
mais cavernosa e eficaz que a ‘Varíola dos macacos’. Disfarçadamente, uma
autêntica e poderosa ‘GENOCIDA’ (8).
Notas de rodapé:
1) Píncaros – Parte mais alta de uma montanha.
2) Imbecilóides – Pessoas duplamente apatetadas e estupidas.
3) Caoticidade – Desordenação, congestionamento. No sentido do texto
acima, um trânsito embaraçado e engasgado.
4) Quizílias – Antipatias, inimizades.
5) Tetérrimo – Odioso, execrável,
6) Frangalhos – bagunçado, aos pedaços, às tiras.
7) Bugalhos – Tudo aquilo que não presta e se faz inútil em nossa vida.
8) Genocida – Crime de extermínio contra a humanidade. Tipo um massacre.
Apelido dado erroneamente à Jair Bolsonaro em face de não ter o atual
presidente (segundo uma cáfila de dementes), indicado ou orientado à população
para que se vacinasse.
Título e Texto: Carina
Bratt. Da Lagoa Rodrigo de Freitas,
no Rio de Janeiro. 2-10-2022
Imprevistamente...
Os nossos antípodas estão por aí, como um amontoado de lixo
Como se de repente a gente desse um clic...
Tudo
Nada
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