domingo, 1 de outubro de 2023

[As danações de Carina] Você seguraria a escada de um estranho, no meio da rua, se ele lhe pedisse ajuda para subir? Sim ou não?!

Carina Bratt 

A escada da vida, às vezes é um pouco longa demais. A da morte, você não consegue voltar ao ponto de onde partiu.
Do livro ‘O Noviço Rebelde,’ de João Bafo – Editora Projeto Solidariedade.

MINHA AMIGA e leitora da enorme ‘Família Cão que Fuma’ Me permita umas indagações simples e despretensiosas. Na verdade, umas curiosidades que não chegam a ser mórbidas, mas diria, oriundas de umas abelhudices antigas, tipo assim, de pequenos enigmas que me seguiram desde os tempos de menina quando dos idos da escola primária.

Você teria coragem de segurar uma escada, se uma pessoa desconhecida, no meio da rua, lhe parasse, de repente e pedisse para ajudá-la a subir? Não importa onde. Numa sacada, alcançar o terraço; o telhado onde uma pipa ficou presa; ou num poste de eletricidade para resgatar um gatinho de estimação prestes a cair e se machucar; ou no pior dos mundos; a morrer eletrocutado?


Você se daria a esse trabalho com esmero e dedicação, diligência e carinho? Sim, ou não?! E se fosse em quadro inverso? Você, alguma vez, se dirigiu a alguém e solicitou que lhe segurasse a escada para alcançar um determinado lugar alto e, enfim, tendo um par de mãos em socorro, se sentiria segura e sem medo de cair e se esborrachar todinha?

Parece algo tão simplório e pequeno, não concorda? Todavia, pare e pense. Medite friamente. Em dias atuais, tem sempre menos pessoas dispostas a segurar um desses trambolhos caseiros (não importando o número de degraus a serem galgados), que criaturas querendo subir para resolverem algum problema de ordem premente.

A vida, a nossa vida diurnal é assim mesmo. Estamos presos num mundo hostil, estranho, forasteiro e incógnito. Vivemos um tempo cavernoso. Atravessamos uma era sombria, desajustada, mergulhada da cabeça aos pés num espaço enorme e sem fronteiras. Não fosse pouco, acrescentaria às avessas, aos trambolhões, onde os seres humanos não se entendem, nem se ajudam mutuamente.

Tampouco (em raríssimas exceções), se prestam a nos desapertarem das amarras, a nos prestigiarem promovendo socorro, ou, em caminho paralelo, a nos incentivarem a seguirmos adiante, a nos colocarem para um patamar menos indigesto com acenos de posturas carinhosas ou recheadas de consolo e proteção. Resumindo, amiga e leitora, a cada dia que vivemos, nos deparamos com seres vazios e ocos, com indivíduos escassos distanciados quilômetros e quilômetros daqueles que desejam e torcem de coração aberto pelo nosso sucesso pleno.

Mesmo considerando, ou levando em observação as regras-base do Pai Todo Poderoso, que nos orienta através do apostolo Paulo (Tessalonicenses, capítulo 5, versículo 11) a que ‘nos apoiemos e suportemos uns aos outros.’ Nesse tom, especificamente, quando me debruço em suas palavras, me ponho a matutar se ainda existe alguém de alma pura disposta a segurar a nossa escada!

Me refiro a escada da vida. Obviamente não para salvarmos um gatinho, ou trocarmos uma lâmpada queimada. Faço referência aquela escada longa para nos desvincularmos das enfermidades; a escada perigosa e extensa para nos afastarmos das angústias e tristezas; a escada aparentemente sem fim para fugirmos das desesperanças e dos desânimos. Não importam quantos degraus precisem ser galgados.

A bem da verdade não fazem diferença quais sejam as circunstâncias, as incredulidades, os enigmas, os receios e os medos, ou até mesmo os mistérios a serem superados. Devemos ter em conta que precisamos, carecemos, necessitamos uns dos outros. A nossa Vitória, como a sua, amiga e leitora é certa. Se pensarmos confiantes no Eterno, viveremos um admirável mundo de luz e consequentemente de PAZ.

Título e Texto: Carina Bratt, de Bragança Paulista, interior do Estado de São Paulo, 1-10-2023

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