quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ainda o Mercosul



Peter Rosenfeld
Meu artigo da semana passada versou sobre o Mercosul, mais especificamente sobre a intromissão (indevida e descabida) do Brasil nos assuntos internos do Paraguai.
Mas não enfatizei a vergonha a que os verdadeiros brasileiros estão sendo submetidos com a lamentável submissão de nosso País à Argentina e à destrambelhada Presidente daquele País.
Lembremo-nos de que a Presidente da Argentina só chegou ao posto por ser viúva do Sr. Néstor Kirchner; não tinha qualquer mérito pessoal.
Aliás, aparentemente, essa é uma maneira de proceder bem argentina; o caudilho Juan Domingo Perón também fez de sua segunda mulher exatamente o mesmo (a primeira esposa, a carismática Evita, não chegou lá porque faleceu bem antes de Péron!).
Parece que o ideal do casal Kirchner era o de um substituir ao outro na presidência durante alguns anos, o que foi frustrado pelo prematuro falecimento de Kirchner.
Mas a Sra. Kirchner parece ser mais tacanha em assuntos de governo e diplomáticos (pelo menos tanto quanto, no mínimo) como o é a Presidente brasileira Sra. Rousseff.
Uma cabal demonstração disso foi a decisão de não reconhecerem e rejeitarem o ocorrido no Paraguai, com a deposição através um processo absolutamente legal e constitucional do Sr. Lugo.
Nenhum constitucionalista brasileiro questionou ou questiona a legalidade e a constitucionalidade do processo de deposição do Sr. Lugo da Presidência do Paraguai.
Mas claro, as duas Presidentes, assessoradas por pessoas que supostamente conhecem leis, julgaram o contrário e decidiram suspender o Paraguai de sua associação ao Mercosul.
E, de acordo com declarações da Sra. Rousseff e do Presidente uruguaio, a Sra. Rousseff pressionou o Sr. José Alberto Mujica Cordano (simplesmente José Mujica) a acompanhar Argentina e Brasil na decisão sobre o Paraguai!
E o mais triste é que por traz disso tudo estava o lamentável presidente-ditador venezuelano, que há muito sonha em ser membro do Mercosul!
Só porque está montado em reservas extraordinárias de petróleo o Sr. Hugo Chávez pensa que pode mandar em todo o mundo.
O Sr. Chávez é um exemplo perfeito dos caudilhos latino-americanos: despreza a democracia, e a liberdade de imprensa mais ainda, quer governar o País ad aeternum  dispensando eleições e, na impossibilidade de poder fazê-lo, manipula-as a seu talante.
E os brasileiros (especialmente os Srs. da Silva e a Sra. Rousseff) adoram-no, admiram-no e seguem suas ideias e aprovam suas atitudes.
O Sr. da Silva, quando Presidente, jogou no lixo bilhões de reais, entregando-os à Venezuela. Basta que se veja o montante que esse País deixou de aportar para a construção de uma refinaria de petróleo em Pernambuco; e a massa de dinheiro que o Brasil já emprestou (claro que a fundo perdido...) à Venezuela.
Na economia, a Venezuela tem sido um fracasso; na política, uma vergonha que odeia a liberdade da população!
É essa figura que as Presidentes de dois países da América do Sul querem ter como sócio-companheiro no Mercosul.
Não querem aceitar o Paraguai, que depois de muitos anos sob uma ditadura de mão pesada, como a do Sr. Stroessner, querem viver sob uma democracia plena.
O Paraguai, em minha modesta opinião, tem todo o direito de não desejar ter a Venezuela do Sr. Chavez como companheiro, pois este último vem mostrando há muitos anos, seu desprezo por liberdades democráticas
Da mesma forma, a Argentina da Sra. Kirchner tem mostrado total aversão para com os princípios que os países membros do Mercosul sonhavam fosse implantado nas relações comerciais entre eles.
Não só mostrado desprezo como frustrando permanentemente. Pergunte-se a qualquer líder empresarial do sul do País como suas exportações para a Argentina têm sido tratadas por aquele País.
Mercadorias têm sido retidas nas fronteiras durante meses. Pelo que sei, felizmente não se tratava maiormente de material perecível; o que era perecível, evidentemente se perdeu completamente.
É um parceiro assim que desejamos?
Ou, são parceiros leais?
Em minha opinião, a resposta a ambas as perguntas é NÃO!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 11 de julho de 2012

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