segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Em 26 de abril de 1974 o dólar estava a menos de 30 escudos..."

Alberto de Freitas
Quando diz que nunca viveu acima das suas possibilidades, incorre num erro: viveu sim. Considerando que está inserido no “todo”. Andou em estradas que não tínhamos hipóteses de ter; utilizou transportes públicos, pagando um valor inferior ao custo; forneceram-lhe eletricidade abaixo do custo…
Todos nós usufruímos. Temos tido (e continuamos a ter) despesa superior à receita. Não há sistema político que resolva esta situação. O que o PCP e afins (incluindo Mário Soares, pessoa que não é estúpida, mas desonesta) têm saudades, é da capacidade fraudulenta (essa sim: fraudulenta) da desvalorização da moeda. É a melhor forma de enganar os trabalhadores e roubar-lhes as poupanças.
Chegámos a ter desvalorizações de quase 30%, que permitiu os sindicatos “ganharem” (coisa de Pirro) 13% de aumento para os trabalhadores. O Estado ficou bem, pois ao fabricar moeda, resolveu os problemas de pagamento internos; a população… bem, essa perdeu quase 20% do poder de compra… incluindo as poupanças.


Em 26 de Abril de 74 o dólar estava a menos de 30 escudos e passado poucos meses ultrapassou os 100 escudos. Se não fosse a entrada na União, continuaríamos nessa senda. Tal como é vulgar no terceiro mundo, em que de ora em vez, cortam um zero para que 1 kg de batatas não custe milhões.
Sobre as injustiças tem toda a razão. Não podemos esquecer que somos um dos países mais corruptos da Europa – a Grécia é campeã.
Há que alterar. Como? Não sei. Mas penso que deve começar por desconfiar da grande agitação dos autarcas, “preocupados” com o povo… Sabe que na Irlanda, se você não provar como adquiriu o património, ele vai para o Estado? Por cá, os rapazes dizem que é inconstitucional… procure saber quem são os “constitucionalistas” e encontra o “rabo” do gato.
Sobre a Alemanha. Conhece-a? São uns arrogantes orgulhosos. Mas têm razões para o serem. Por lá não existe ordenado mínimo, mas o Estado faz exigências à entidade patronal sobre o direito dos trabalhadores em termos de condições de trabalho e seguros de saúde… que não lembra a muita esquerda.
Se quer ver exploração de emigrantes, fique por estas bandas e, depois, dê uma saltada a Espanha e veja porque colocam no mercado os legumes tão baratos.
Este governo NÃO TEM OUTRA SOLUÇÃO que não cortar. O que podia fazer e não faz é “chorar-se”, atirando as culpas da situação para os outros. Mas não, a culpa é mesmo nossa… do coletivo. Culpa que recusamos por atos praticados no presente e que não temos pejo de atirar “culpa” aos alemães por uma guerra de há quase 70 anos. Os responsáveis alemães foram enforcados… mas muita boa gente quer culpar os netos.
NÓS é que nos endividamos. Nós, os gregos, os espanhois, os italianos… o consorte de Merkel, se quer viajar paga o bilhete. O carro é dele. Mas até na revolucionária Cuba, os familiares dos dirigentes se deslocam de Mercedes... do Estado. Essa é uma diferença enorme pelo simbolismo. Os alemães que forneceram os submarinos a Portugal, já foram condenados por terem corrompido os clientes, indemnizando o Estado alemão por terem feito pagamentos sem declaração fiscal… por cá? De certeza que alguns carros de luxo e umas casitas jeitosas foram pagos com esse dinheiro. Mas primeiro (ao contrário da Irlanda) é preciso provar o crime… é da Constituição.
Porque pensa que para muitos a Constituição é sagrada?
E não existem “políticas” de emprego. Deve existir sim, é facilidades para se criar emprego. Deve existir sim, é eliminação da burocracia que parasita a economia e permite a corrupção. O Estado criar emprego representa mais dívida, coisa que não temos hipótese de fazer.
Todos os “milagres” como solução, não passam disso mesmo: milagres. Coisa que, por mais que custe aos Crentes, não existe.
Cumprimentos,
Alberto de Freitas

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Um comentário:

  1. Eu admiro a sua serenidade argumentativa. Eu não consigo, por dois motivos: incompetência e, justamente, falta de serenidade. Cara, eu fico logo com vontade de partir para a porrada!
    Há pouco, vi na RTP1 o "exigente" Seguro surfar na "insatisfação" dos enfermeiros e botar falação... eu fico pê da vida! A hipocrisia e/ou o oportunismo orgástico me tiram do sério...
    Penso que o grande problema do meu Portugal é a perfídia e filhadaputice daqueles que deveriam ser exemplos de luminares (serenos, sábios, honestos e imparciais) mas, pelo (muito) contrário, são piores do que os piores gigolôs das ruas Escura e Bainharia d'antanho...
    Cumprimentos./-

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