segunda-feira, 9 de julho de 2012

Krugman e Pinochet

Carlos Guimarães Pinto
Apesar do embaraço em admitir em público estar a ler o autor em causa, não consigo evitar partilhar esta passagem do mais recente livro de Paul Krugman:

Fred R. Conrad/The New York Times
 “(…) But by the late 1980s it seemed that Latin America had finally learned its lesson. Few Latins admired the brutality of Augusto Pinochet; but the economic reforms he launched in Chile proved highly successful and were preserved intact when Chile finally returned to democracy in 1989
(End this depression now, Paul Krugman, 2012)

Três comentários a esta citação. Primeiro, o facto de um economista de esquerda elogiar as reformas económicas de Pinochet, sem que tenha causado grande escândalo. Cada vez que o fizemos aqui neste blog caíram imediatamente acusações de fascismo. Segundo, a capacidade de Krugman em separar o regime político sangrento das reformas económicas que impulsionaram o país. Essa mesma capacidade que falta a muitos comentadores que não hesitam em citar Krugman noutras ocasiões. Em terceiro lugar, a referência importante ao facto de essas reformas terem sido continuadas em democracia. Muitas das pessoas que não hesitam em disparar o epíteto de fascista a quem elogia as reformas económicas de Pinochet defendem um sistema económico que, esse sim, nunca sobreviveu à democracia: o comunismo.
Título e Texto: Carlos Guimarães Pinto, O Insurgente, 09-7-2012

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