José Mendonça da Cruz
Os fãs mais vocais do Syriza
não têm graça nenhuma. Onde quer que os deixassem pôr a mão na governação
reduziriam o país a cinzas (sempre proclamando, é claro, que a culpa era dos
outros), exactamente como faz o Syriza.
Os fãs envergonhados do Syriza
no PS, na Sic, no Público, na Visão e no Expresso, esses são mais engraçados.
Admitindo, como sempre tardiamente, que o governo Tsipras empurrou a Grécia
para o desastre, choram agora uma Europa mitológica que salvaria a Grécia e em
que haveria solidariedade, coesão e estadistas.
Ora, ao contrário, é isso que,
com a crise grega, fica provado que a Europa continua a ter em saudável
proporção e medida.
A Europa tem feito provas da
mais firme solidariedade. Todos os países da União Europeia e todos os membros
do Euro têm sido absolutamente solidários na rejeição do comportamento errático
e irresponsável dos gregos e na afirmação dos seus tratados e princípios. Ter
uma UE ou uma Zona Euro compatível com as pretensões da Grécia syrizica não
seria solidário, seria suicida.
A Europa tem dado sinais
evidentes, também, de grande coesão, ao rejeitar as aventuras revolucionárias
sonhadas por Tsipras, seus risíveis rapazes e seus admiradores estrangeiros. E,
sim, é uma coesão ideológica, de defesa e afirmação da economia de mercado, em
que pessoas e países livres têm que ser responsabilizados pelas suas contas; de
defesa e afirmação da democracia, democracia ponto final, não aquela democracia
que se mascara de «real» ou «popular» para exercer a tirania.
E, sim, a Europa tem
estadistas como Merkel ou Cameron. Estadistas como Merkel capazes de defender a
Grécia até onde é tolerável, mas capazes também de optar por profundas mudanças
na arquitectura do Euro e nas fronteiras geopolíticas da Europa para manter a
UE e a moeda única.
E, por fim, simpatizantes do
Syriza, não soltem lágrimas de crocodilo pelo futuro sombrio que sonham e
desejam para Portugal. Não só Portugal tem um governo que fez o trabalho de
casa para defender o país de novas emergências financeiras, como a Europa
estará disponível e desejosa de tudo para blindar a posição portuguesa (ou
espanhola, ou italiana, ou irlandesa).
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