Adolpho Lindenberg
Dizem os fazendeiros, a
existência de ipês na mata é indicativo seguro de solo fértil, próprio
para ser cultivado. Algo semelhante ocorre quando detectamos certas ideias
fixas da esquerda católica – reforma agrária, combate ao agronegócio,
territórios indígenas independentes – na imensa verborragia hoje existente
em favor da preservação da Amazônia. Elas denunciam a existência de um
plano baseado em esquema ideológico, interessado em amesquinhar nossa
soberania sobre o território amazonense e manter os índios longe da
civilização. Os agentes da Comissão Pastoral da Terra tomam o cuidado de
alternar suas prédicas revolucionárias com conselhos evangélicos de “socorro
aos necessitados”, “amparo aos que são perseguidos”, à semelhança de
trepadeiras que envolvem de tal forma os troncos das plantas que se orna
impossível distinguir um dos outros.
Ainda agora ocorreu o IV
Congresso Pastoral da Terra, em Porto Velho. Quem eram os
participantes? Camponeses, agentes pastorais, índios, e tutti quanti.
Só faltou um representante oficial do Papa Francisco. E quais foram as
temáticas tratadas? “Conquista dos direitos territoriais dos
índios”, “as ameaças às populações camponesas decorrentes do
agronegócio” e do “capital financeiro
especulativo” (leia-se capitalismo). Até a luta armada
não escapou: segundo o cacique Babau, da tribo tupinambá, “Hoje
temos que enfrentar. Unir e lutar ou morrer”.
Plinio Corrêa de Oliveira foi
o primeiro à denunciar a nota socializante-marxista nos projetos de
Reforma Agrária e isso na década de 60. De lá para cá o fracasso dos
assentamentos dos “sem-terra” foi de tal ordem que a esquerda católica se desencantou
com seu programa agrorreformista e passou a erguer a bandeira dos “territórios
livres para os povos indígenas e para os quilombolas”. Esse
programa visa, em última análise, criar territórios autônomos,
praticamente independentes, supervisionados apenas por um governo central
internacional, como o sugerido pelo Papa.
Esse intento merece de nossa
parte um repúdio total e isso pelas seguintes razões:
* Constitui
uma ameaça à nossa soberania. Já ha décadas figuras destacadas do Exército
têm alertado para a ameaça à nossa soberania representada pelas ONGs
estrangeiras que advogam a tutela da região amazônica pela ONU. Milhares
de “cientistas”, ecologistas, agentes pastorais da CPI, “missionários”
americanos, alemães e ingleses, navegam pelos meandros da selva amazônica
detectando reservas minerais e incentivando os índios a se manterem
distantes das autoridades ou das empresas brasileiras interessadas em
promover a economia da região.
* Fica
evidente o intuito de manter os índios livres do contato “pernicioso” da
civilização e sobretudo impedidos de converterem-se à nossa religião. “Ide
pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Marcos, 16,15),
é um ordenamento de Nosso Senhor Jesus Cristo que não faz parte do cenário
ideológico dos agentes pastorais. Manter os cultos pagãos, a feitiçaria, a
ignorância cultural, a matança das crianças que nascem com defeitos, o
estado precário da saúde que limita a previsão de vida até os 30 anos de
idade, parecem ser as metas desses ferrenhos defensores de Rousseau e de
Marx.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-