Duarte Marques
Há por aí muito boa gente que
adoraria viver na Grécia, que defende para os gregos o que não defende para
Portugal. São também esses que, apesar de alguns serem ateus, rezam para que
Portugal seja a Grécia e que o Partido Socialista faça de Syriza para
salvar os portugueses. Ainda não perceberam que, em Portugal, não há
racionamento de levantamentos no multibanco, não há milhares de
pessoas com as pensões em atraso, o sistema de saúde não
deixou de atender pessoas desempregadas, os professores não têm
salários em atraso, foram feitas reformas estruturais e a
economia não está em recessão.
São, também, os mesmos que
defendem mais Estado e mais impostos em Portugal, mas que são incapazes de os
defender na Grécia. São os mesmos que gritam contra o "grande
capital" mas que se revelam incapazes de exigir ao Governo
grego que cobre impostos aos armadores que continuam isentos de
obrigações fiscais.
São, também, os mesmos que em
Portugal dizem que é preciso combater a corrupção mas que acusam a
Europa de humilhar os gregos quando exige o combate ao clientelismo e à corrupção
(e sobre isso Governo Syriza também nada fez...).
São, também, os mesmos que
criticam o Governo português por baixar o IRC às empresas (medida que o PS
agora até critica) mas que apelidam de humilhação o aumentar do IVA às
operações turísticas das ricas ilhas gregas. São praticamente os mesmos que
criticam a compras dos submarinos portugueses mas que consideram uma humilhação
pedir à Grécia que corte os gastos em defesa. Poucas novidades trazem porque
são os mesmos que olham sempre para Portugal como um copo meio vazio.
IDEIAS QUE MUDAM DEPOIS DE
ALMOÇO
Nunca criaram um emprego na
vida, a não ser no próprio Estado, criticam de manhã este governo por não
ter uma política ativa de emprego, e depois do almoço consideram que todo o
emprego criado se deve apenas a políticas do governo.
Os mesmos que defenderam que
Portugal devia pedir mais tempo e mais dinheiro, que atravessava uma
espiral recessiva e que era inevitável um segundo resgate. São os mesmos
que passaram esta legislatura a falar da reestruturação da dívida e que juravam
a pés juntos que Portugal não conseguiria ter saldos primários positivos.
São os mesmos que levaram o país à bancarrota, que nada
fizeram para o ajudar a sair da crise e que, agora, sim agora, com um
sorriso na cara, querem voltar ao “local” do crime para fazer
exatamente o mesmo. Não há hoje dúvidas de que, se o governo de Pedro Passos
Coelho tivesse seguido as políticas que o PS defendeu nestes últimos anos,
Portugal estaria hoje como a Grécia. Felizmente, tal não sucedeu e Portugal
hoje cresce e cria emprego.
A VERDADE SOBRE OS DADOS DO
DESEMPREGO
Vem isto a propósito da
recente polémica criada pela oposição sobre os números do emprego. Cheira a
desespero, numa clara tentativa de espalhar a confusão de forma desonesta. Será
desespero por o país estar a ter bons resultados que contrariam a narrativa da
oposição? Ou será do PS não descolar nas sondagens? Numa sondagem já
apareceu mesmo atrás da Coligação. Toda a recente retórica agressiva da
oposição em nada contribui para o debate sério que o país merece. Nem tudo foi
bem feito, mas o país está melhor e mais preparado do que há 4 anos.
Em primeiro lugar é preciso
separar as águas: um governo não cria nem destrói directamente emprego,
cria sim condições que podem ajudar a levar a uma coisa... ou a outra. Em
Portugal parece haver um outro princípio muito mais "brilhante": os
governos destroem emprego e as empresas (e o Tribunal Constitucional) criam
emprego. Para o PS há outro princípio indesmentível: só há desemprego
desde 2011, a economia até aí crescia a olhos vistos e o emprego só aumentou
por causa do Tribunal Constitucional.
ATÉ ANTÓNIO COSTA RECONHECE
OS DADOS POSITIVOS DO DESEMPREGO
Não há dúvidas de que o
desemprego aumentou com as medidas de austeridade. As do PEC1, 2 e 3 mas,
sobretudo, com o programa de resgate provocado pelo governo socialista.
Ignorá-lo é desonestidade. Tal como Passos Coelho disse, e o INE confirma,
houve uma inversão da tendência de crescimento do desemprego em
2013 e um aumento constante da criação de emprego: desde janeiro de
2013 foram criados 175 mil empregos. Aliás, ainda ontem António
Costa veio dar razão a Passos Coelho ao reconhecer um aumento do emprego enquanto
criticava os empresários por optarem por contratos a termo, logo emprego
precário. Ou seja, António Costa é o primeiro socialista a reconhecer que o
emprego aumentou e que o governo tem uma política de criação de emprego, mas
tem a distinta “lata” de criticar os empresários que criam emprego porque o
fazem através de contratos a termo e o Governo porque dá
oportunidades aos jovens através do Garantia Jovem.
OFERTAS DE EMPREGO CRESCEM
12%
Os dados são o que são e
revelam o seguinte: entre junho de 2008 (4,954 milhões de pessoas empregadas) a
junho de 2011 (4,703 milhões) perderam-se 250 mil empregos. Entre janeiro de
2013 e abril de 2015 a população empregada passou de 4,291 milhões para 4,467
milhões de pessoas, ou seja, mais 175 mil pessoas. O grande salto no
aumento do desemprego em Portugal foi entre 2006 (7,7%) e 2011 (12,7%), segundo
os dados revelados pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Com o atual
Governo de Passos Coelho o desemprego começou com 12,7% e chegou ao máximo de
17,5% no 1º trimestre de 2013. Apesar de todas as medidas de austeridade está
atualmente nos 13%. Mas o que merece destaque, e revela muita confiança, é o aumento
exponencial de ofertas de emprego: nos primeiros seis meses de 2015
mais 12% relativamente ao mesmo período de Junho 2014, dados IEFP.
Renegar o crescimento da
economia é desrespeitar os nossos empresários. Recusar a diminuição do
desemprego é gozar com o esforço das pessoas ou das empresas que as
contrataram. Não valorizar o crescimento do turismo e das exportações é enfiar
a cabeça na areia e menosprezar o esforço daqueles que procuram no
dia-a-dia criar valor ou prestar serviços de qualidade. Não reconhecer
que Portugal está melhor do que há 4 anos é desprezar o esforço e sacrifício
dos Portugueses.
Apesar dos dados animadores em
matéria de emprego e economia, a coligação continua a defender a necessidade de
aprofundar e consolidar um conjunto de reformas em Portugal nos próximos quatro
anos, assumido compromissos concretos, reconhecendo que ainda existe um longo
um caminho a percorrer contudo, com a convicção que o esforço feito por todos,
em especial pelos portugueses, continuará a valer a pena, como até aqui, sem
falsas promessas e/ou facilitismos, sem demagogias, falando a verdade, com
espírito de missão em prol de um País diferente!
Título e Texto (e Grifos): Duarte Marques, Expresso,
22-7-2015
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