Para salvar a Grécia, a União
Europeia está num beco sem saída.
João Pereira Coutinho
O FMI e o BCE estão de acordo:
a dívida grega é estratosférica e um perdão é inevitável. A sentença,
economicamente falando, pode fazer sentido: a caminho dos 200% do PIB, o fardo
esmaga qualquer país.
Mas o problema não é apenas
económico; é sobretudo político. ‘Perdoar’ a dívida significa sempre que os
restantes estados-membros estão dispostos a ir ao bolso dos contribuintes para
fazer transferências para Atenas. Será preciso repetir que a ‘solidariedade
europeia’ não sobrevive à dura realidade dos factos? Para começar, não
sobrevive aos países do Sul que apertaram o cinto das suas populações sem
conhecer iguais benesses.
Abrir um precedente é
incendiar uma parte da Europa. Mas também é incendiar a outra parte: países do
Norte que pensarão seriamente em mudar de vida se a UE se converter num
mecanismo permanente de extorsão.
Para tirar a Grécia de um beco
sem saída, a Europa está agora num beco sem saída.
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