Vitor Cunha
Ultimamente, não consigo
escrever um texto bom no Blasfémias.
Digo-o com toda a sinceridade. Os imbecis que nos governam, os toscos que os
apoiam, o rol de idiotas chapados com formação académica que os aclamam e os
média, que os tratam sem insultarem as respectivas mães – culpadas, certamente,
por amamentarem estas criaturas até ao doutoramento -, geram uma tristeza tão
contagiosa, açambarcadora e deprimente que suga qualquer hipótese de humor
sobre toda a tragédia que é o Portugal do século XXI.
Nestas alturas, só regressando
ao país real, longe do Porto, longe de Lisboa – ou a 30 km, que já é suficiente
para arejar -, posso encontrar o português honrado, aquele que não aparece a
comentar esta corja toda com paninhos quentes relativistas, o filtro descrito
por Taleb no artigo “The Intellectual Yet Idiot”. No país real também há ladrões, também há
putas, também há violadores: só não são é aceites e justificados perante a
comunidade como pertencendo ao rol da gente de honra.
Para já, esses estão calados.
Se continuarem a ser provocados, com ameaças ao espólio de décadas de árduo
trabalho, a honra virá ao de cima. É que, se o pai da Mariana Mortágua podia
disparar uns tiros a inocentes e ainda assim ser condecorado por Sampaio, estes
acabarão condecorados pela comunidade real. E, para que conste, Mariana, essa
motorizada é sul-coreana, sua burra, não é norte-coreana. É de uma empresa de
capitalistas daqueles que empregam uma dezena de milhar de pessoas. É uma
motorizada fabricada por um dos teus alvos a abater, abécula.
Título, Imgem e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias,
18-9-2016
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