Segundo ministro da Casa Civil, presidente
não ignora a ciência
Pedro Rafael Vilela
O ministro-chefe da Casa
Civil, Walter Braga Netto [foto], comentou nesta sexta-feira (15) sobre a saída de Nelson Teich do Ministério da
Saúde durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Braga Netto afirmou
que o Teich alegou questões de "foro íntimo" para pedir demissão do
cargo. O ministro ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro defende protocolos
diferentes do agora ex-ministro no tratamento para a covid-19.
"Ministro Teich saiu por
questões de foro íntimo. Conversou hoje com o presidente, uma conversa
amigável, conversou comigo e outros ministros, sem problema nenhum. São
posições diferentes, o presidente não ignora a ciência, ele segue os
protocolos. Ele tem uma visão diferente de qual é o protocolo a ser
seguido", afirmou.
Segundo o ministro, Bolsonaro
tem defendido um isolamento social menor como forma de garantir a retomada
da economia, e que presidente combate apenas o que ele chamou de
"excessos" na abordagem sobre a pandemia.
"O presidente não é
contra o isolamento, ele é contra aquele isolamento que vai gerar desemprego e
fome lá na frente", acrescentou.
É a segunda troca no comando
do Ministério da Saúde em menos de um mês. Antes de Teich, o então ministro
Luiz Henrique Mandetta também divergiu com presidente Jair Bolsonaro sobre os
caminhos para o combate à pandemia do novo coronavírus no país, como as medidas
de isolamento social e o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes.
Durante a coletiva, o ministro
da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, afirmou que, apesar da saída do
ministro, todo o corpo técnico do Ministério da Saúde segue trabalhando
normalmente.
"Vai lá no Ministério da
Saúde, tem homens e mulheres até meia noite, uma hora da manhã, dando tudo de
si para tentar ajudar o Brasil. Isso não vai mudar. O general Pazuello, que a
gente conhece, vai ficar interino e está tocando o ministério", afirmou. O
general Eduardo Pazuello, secretário-executivo da Saúde, seguirá como ministro
interino na pasta até o presidente Bolsonaro decidir pelo substituto de Teich.
Ele também é cotado para assumir a pasta de forma definitiva.
Título e Texto: Pedro
Rafael Vilela; Edição: Bruna Saniele – Agência
Brasil, 15-5-2020, 21h12
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