Ministros discordam de análise com base em
termos absolutos
Pedro Rafael Vilela
Em entrevista coletiva para
atualizar dados sobre o combate ao novo coronavírus, na tarde
desta sexta-feira (15), ministros do governo usaram dados oficiais para
destacar que o número de mortes no Brasil é menor do que em outros países, em
termos proporcionais.
Segundo o balanço apresentado
pelo ministro Walter Braga Netto [foto] (Casa Civil), que compara o Brasil com
outros sete países, o número de óbitos por milhão de habitantes é 58,6 no caso
brasileiro, mas chega a 691,7 na Bélgica; 524,9 na Espanha; 424,4 no Reino
Unido; 422,6 na Itália; 369,1 na França; 200,5 no Estados Unidos; e
79 na Alemanha. A comparação foi feita a partir do centésimo caso da doença
notificado em cada país.
![]() |
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
"Essa fotografia evidencia que o Brasil, no seu 61º dia após o
centésimo caso, apresenta um número de óbitos acumulados proporcionalmente
bastante inferior. Esse resultado se deve exatamente às medidas adotadas [pelo
governo]", afirmou.
Um estudo da universidade
norte-americana Johns Hopkin, que analisa dados absolutos, coloca o Brasil em
sexto lugar tanto em número de casos confirmados da covid-19 (218 mil) quando
em número de óbitos (14,8 mil), ficando atrás de Estados Unidos, Reino Unido, França
e Itália.
Para o ministro da Secretaria
de Governo, Luiz Eduardo Ramos, pelo fato de o Brasil ser um
país continental, a comparação com outras nações, com menor população, distorce
a realidade da pandemia. "Considerando a população, o Brasil está atrás de
praticamente todos esses países. Não estou minimizando as mortes (...), mas é
importante que nós tenhamos consciência quando estamos noticiando",
afirmou.
Ramos ainda citou o número de
mortes por ano no país, por diversas causas, para argumentar que não se deve
causar um "clima de terror" no Brasil.
"Todo mundo aqui deve andar de carro ou de ônibus, pratica
esporte. A média de mortes, por ano, de queda, afogamento, acidente
automobilístico, lesões provocadas de toda ordem: 164 mil mortes. Os números
são impactantes, mas nem por isso é instaurado um clima de terror",
afirmou.
A coletiva, realizada no
Palácio do Planalto, também marcava os 500 dias de mandato do atual governo,
mas Ramos ponderou que o momento não é para celebrações. "Não há momento
agora para comemorar, o momento é de refletir, como já disse o ministro Braga
Netto, fazer um pleito de condolências às famílias que perderam seus entes
queridos".
Em seu pronunciamento, o
ministro-chefe da Casa Civil fez questão de ressaltar que, desde o início da
pandemia no Brasil, o governo federal realizou quase duas mil ações e repassou
"enorme quantidade de recursos materiais e financeiros" a estados e
municípios.
Título e Texto: Pedro
Rafael Vilela; Edição: Liliane Farias – Agência Brasil, 15-5-2020, 21h24
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-