Os esquerdistas vêm usando o aumento no
preço da carne bovina em sua habitual fúria contra o atual governo, porém há
mais dados a se considerar na questão
Hélio Brambilla
Como se não bastasse o combate
constante para conservar o rebanho imune às doenças, surgiu no horizonte a
peste chinesa. Embora descontando o superdimensionamento dela pelas tubas da
grande mídia, ela de fato causa prejuízo e pânico em todos os campos da
atividade humana. Os estudiosos estão atentos também às consequências surgidas
e por surgir, decorrentes do confinamento domiciliar imposto em quase todos os
países.
Não surpreende que tudo isso
tenha resultado em mudanças de hábitos, levando muitos a consumir mais, estocar
víveres e buscar proteínas para se defenderem mais eficazmente da pandemia.
Consequentemente, verifica-se consumo mundial de alimentos acima dos padrões
habituais, gerando alta acentuada no preço da carne e de outras commodities agrícolas.
Como já apontamos em outras
ocasiões, na mídia e nas redes sociais abundam dados sobre o desempenho
positivo dos países produtores de alimentos, em especial do Brasil, que
conheceu um recorde de produção, exportação e consumo. Cerca de um trilhão de
reais é o valor bruto da nossa produção, ultrapassando 100 bilhões de dólares
em exportações.
Quanto ao preço da carne para
consumo interno, a alta se tornou inevitável devido à valorização do dólar.
Deixando de lado a cantilena demagógica espalhada pela esquerda a fim de
prejudicar o governo, passemos à análise fria dos fatos, pois contra estes não
há argumentos.
Em 2014, o preço da arroba do boi girava em torno de R$ 120,00 (cf. Revista ABCZ, julho/agosto 2014, p. 13), e hoje está um pouco acima de R$ 300,00. Na verdade, houve aumento das exportações e ajuste nos preços, tendo o consumo per capita mundial caído apenas 2,71 kg (de 30 kg por pessoa em 2019, para 27,29 kg, de acordo com a Revista da FAEP, 1-3-21, p. 28), não significando que o povo morreu de fome ou ficou sem proteína animal por causa disso.
Para compensar a falta de
carne bovina, o consumo de carne de frango, que era de 42,84 kg por habitante
em 2019, passou para 45,40 kg (aumento de 2,56 kg por pessoa – ibidem). Dos 230
ovos consumidos por habitante em 2019, passou-se para 251 (21 ovos a mais –
ibidem). Já o consumo de carne suína teve aumento de pouco mais de 1 kg por
habitante (O Estado de S. Paulo, 2-5-21, p. B-4).
Por outro lado, os dados
mostram que o custo das proteínas para alimentação dos animais subiu muito:
soja – 91,04%; milho – 51,36% (Revista da FAEP 22-11-21, p.24). Apenas como
referência, um automóvel Gol custava R$ 20 mil em 2014, e agora acima de R$ 40
mil!
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Venezuela |
Uma feliz coincidência me
trouxe a delação do Sr. Ricardo Saud com seu advogado, na Procuradoria Geral da
República de Curitiba em 5 de maio de 2017, como parte da operação Lava Jato. O
depoente era chefe das relações institucionais da J&F Holding, que controla
as empresas de Wesley e Joesley Batista, donos da JBS e Friboi. Ele afirmou
que, de 2010 até a data dos inquéritos na Lava Jato, a empresa mantinha uma
conta corrente de doações simuladas, com notas fiscais frias e alguma coisa em
dinheiro vivo para as campanhas eleitorais.
O depoimento, apoiado em
planilhas, emporcalha sete ou oito partidos; e também muitos políticos, como
Renan Calheiros, então candidato ao Senado (uma grande quantia, segundo a
declaração) e seu filho, candidato a governador. Ricardo Saud afirma que se
restringiu apenas à campanha de 2014, que elegeu a dupla Dilma-Temer.
O que mais interessa nessas
propinas é terem sido elas conseguidas pelo PT para o custeio dos próprios
gastos e a compra de outros partidos, a fim de conseguir a base de sustentação
do governo federal. Representaram na época cerca de 368 milhões!
O Sr. Saud deixou claro que
nessa campanha foram disponibilizados 608 milhões para o PSDB e outras
agremiações partidárias. Se essa soma fosse transformada em carne para a
população, daria 46 milhões de quilos, que necessitariam 1703 carretas (de 27
toneladas) para serem transportadas.
Não estamos afirmando com isto
que o povo brasileiro está como Alice no país das maravilhas. Sem os nossos
produtos agropecuários, que alimentam mais de 1,6 bilhão de pessoas no mundo, a
situação seria muito pior.
É muito grande e muito
lamentável o número dos que morreram no mundo em consequência da covid. Mas
muito maior seria o número dos que morreriam de fome, se não estivesse em cena
o esforço do produtor rural brasileiro. O insuspeito jornal O Estado de
São Paulo (4-4-21) afirmou no editorial “O flagelo da fome” que
a insegurança alimentar na Venezuela (leia-se fome) atingia 9,3 milhões; a
inflação alimentar batia 1.700%; e o Brasil precisa se preparar para apoiar os
imigrantes e comunidades na área de fronteira…
Não bastasse essa informação,
uma reportagem da BBC concluiu, com base em dados da ONU sobre a fome, que os
únicos dois países no mundo onde a fome diminuiu no ciclo da pandemia de covid
foram o Brasil (de 5,5 pontos para 1,2) e o Panamá (de 5,6 para 5,4).
Apesar da tragédia que se
abate sobre o mundo, estamos, portanto, numa muito boa posição. Não seria este
o quadro sem o nosso produtor rural, que não parou durante a pandemia; sem os
caminhoneiros, que transportaram esses produtos; e sem as políticas de
assistência social do governo federal.
Provavelmente estaríamos em
situação muito melhor, sem tantos demagogos irresponsáveis; e se todos
recorressem à ajuda de Nossa Padroeira, a Virgem Aparecida, sempre ao nosso
alcance para livrar o Brasil de peste chinesa, comunista, petista…
Título, Imagens e Texto: Hélio Brambilla, ABIM, 10-7-2021
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