Telmo Azevedo Fernandes
A história da carochinha é a seguinte: no ano passado sacrificamos novembro para salvar o Natal de 2020. Não nos portamos bem nessa altura e janeiro foi terrível. No primeiro trimestre de 2021 contivemo-nos entre janeiro e março para salvar a Páscoa. Depois, para não perdermos as férias de Verão, tivemos de ser conscienciosos até agosto. Posteriormente repreenderam-nos por termos sido demasiado irresponsáveis durante o tempo quente e agora neste Inverno estamos perante o drama terrível da Ômicron, apesar de sermos os melhores do mundo em taxa de inoculações. Enfim: quando é que a maior parte das pessoas perceberá que está a ser gozada à grande, tratada como pacóvios imbecis e carneiros acéfalos que seguem qualquer cantilena sádica e manipuladora dos políticos?
No momento em que a União
Europeia fechava as fronteiras aos países da África Austral, Marcelo viajava
para Angola e um par de dias antes de serem anunciadas as novas medidas
restritivas o Presidente da República esteve numa festa, em local fechado
apinhado de gente sem máscara aos pulos e a cantar. O leitor não sente que quem
está no poder está a fazer de si um palhaço, ainda por cima pobre?
Quanto às vacinas, elas eram
absolutamente fantásticas, mas afinal precisam de vários reforços e o Reino
Unido vai até alargar a inoculação de todos os adultos para uma periodicidade
de três em três meses. Por outro lado, vários países querem vacinar as crianças
que não adoecem de covid com uma vacina que além de não lhes ser útil não
impede a transmissão a adultos que supostamente já estariam protegidos contra a
covid. O leitor tem noção da inversão de valores e da total falta de ética em
usar crianças para disfarçar a cobardia e a hipocondria dos adultos?
Na Alemanha, uma pessoa em
sofrimento atroz que queira ser eutanasiada é obrigada pelas autoridades locais
a apresentar previamente um certificado covid-19 comprovativo de que não tem o
vírus.
Na Nova Zelândia a respectiva primeira-ministra numa conferência de imprensa anunciou que a partir deste momento as pessoas teriam o luxo (nas palavras dela, luxo) de poder voltar a usar as casas de banho em casa de amigos. Está a ver a alucinação e tragicomédia em que o querem envolver?
Cá a palermice e irresponsabilidade
também imperam. Paulo Portas farta-se de chamar negacionistas a todos os que
têm opinião e angulo de análise diferente dele, e teve em direto na televisão o
desplante obsceno de dizer que “felizmente
houve medo” na sociedade que induziu as pessoas numa procura acrescida
pelas vacinas. O ex-vice-primeiro-ministro, parolamente visto como um
comentador informado, é também useiro e vezeiro na propagação da mentira do
conceito retorcido da “pandemia de não-vacinados”. E até gente tida por liberal
como Adolfo Mesquita Nunes acrescenta elaborando teses mirabolantes sobre os
certificados darem liberdade às pessoas.
O leitor já reparou como se
passa facilmente de uma sociedade com indivíduos naturalmente livres para uma
sociedade em que são os organismos do estado a conceder a seu critério
permissões de liberdade condicionada?
E, evidentemente, com a
aquiescência do hipocondríaco de Cascais, António Costa e o Governo decretaram
por antecipação uma situação de calamidade que não existe e determinou que essa
calamidade inexistente se prolongará até março de 2022. A generalidade dos
comentadores entende ser isto o regular funcionamento das instituições e parece
que não há nenhum partido político que se digne levar a questão ao tribunal
constitucional.
Em vídeo, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
1-12-2021
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