José Manuel
Nem sempre as memórias
escritas são felizes, agradáveis ou engraçadas como gostaríamos, porém, são
memórias, aconteceram, são reais, e como tal devem ser escritas. São um idioma
especial represado que precisa fluir livremente. As boas vão conosco para a eternidade,
e as más ficam por aqui registradas, para servirem de exemplo às novas
gerações, para que não mais aconteçam.
Com este texto, aqui início
uma nova série dentro do que já foi publicado, apenas complementando a continuação
dos textos "Memórias".
"AS ERVAS DA IRA"
divididas em cinco partes, para que o teor único de cada uma possa ser mais
facilmente compreensível, serão sempre intercaladas, com textos sobre outros
assuntos vivenciados.
São fatos, que apesar de
tristes aconteceram e estão na minha memória. Foram poucos, num universo de 32
anos, mas também serviram para alicerçar meu crescimento pessoal e
profissional, e por isso os considero importantes, a ponto de torná-los
públicos.
Provavelmente, muitos talvez
tenham passado por algo semelhante e ao lerem estas linhas não gostem dessas
recordações. Servem para mostrar e desmistificar que a nossa vida não foi só
glamour, como alguns apregoam.
Vida que segue!
Tenho um quintal e por mais
que mande limpar com recorrente despesa, elas teimam em desabrochar, ao menor
sinal de chuva, para meu desespero visual.
O nome não poderia ser mais
adequado, pois se sobrepõe às belas flores, aos melhores alimentos, às mais
deliciosas frutas, como a dizer, vocês são belos, gostosos, mas eu posso
manipular vocês, como e quando eu quiser!
No momento em que escrevo,
observo a pessoa que contratei para "amenizar" o meu mundinho, ainda
que seja com prazo de validade, e posso ver o quão difícil e exaustivo é esse
trabalho, e pior, se estiver sob sol escaldante como agora.
Assim é com toda a nossa
existência, e o “sol escaldante“ eram nossas condições no trabalho extenuante,
difícil, a bordo.
Quando menos se esperava topávamos com essas ervas à nossa frente, e pior era quando se valiam de posições funcionais estratégicas, um tipo de improbidade privada, transformando parte da nossa vida num inferno, por horas, dias e até anos.
Em textos anteriores, venho
dando pinceladas tragicômicas para amenizar algo muito, muito sério, que
ocorria com determinado funcionário da empresa que usando de seu poder
manipulador de escalas, usava colegas incautos e suas programações, a fim de
auferir lucros, pois esse esquema envolvia valores e era absolutamente uma infração
grave, pelo uso indevido de suas atribuições, tipo uma mistura de corrupção
passiva e ativa.
Obviamente, também lesava a
empresa colocando-a em xeque em algumas situações especiais.
Fui registrando a cada texto,
o bullying referente a esse esquema, que sofri por parte dessa erva daninha,
péssimo colega, que trabalhava na escala de Comissários, e que topei logo no
começo de minha carreira de aeronauta, perdurando por "dez" anos
seguidos trazendo mal-estar, dores de cabeça e prejuízo psicológico não só a
mim, como a outros colegas.
Uma descrição interessante de um profissional manipulador é a da psiquiatra americana Abigail Brenner. Na visão dela, “o abusador entende que manipular o outro é uma ação inevitável e imprescindível, já que só consegue enxergar a si e as próprias demandas."
Todos sabem a quem me refiro,
pois o mau elemento era bem conhecido pelas trafulhices, mas para nosso
desespero, nada lhe acontecia, pois a quem era subalterno, certamente não tinha
a menor ideia do que ocorria com frequência, até ao dia que alguém com coragem,
colocou um ponto final na trajetória do meliante.
Título e Texto: José Manuel,
janeiro 2022
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A chegada do Jumbo e o bullying finito
O gordão de nariz em pé
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