Segundo o levantamento, o salto se deve, principalmente, à oscilação da renda do consumidor no ano passado
Uma pesquisa nacional
realizada pela Boa Vista, empresa especializada em análise de crédito,
mostrou que, no ano passado, 64,3% dos inadimplentes que renegociaram suas
dívidas em 2020 deixaram de pagar seus compromissos em dia pelo menos uma vez.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O levantamento leva em
consideração as pessoas físicas que ficaram inadimplentes por falta de
pagamento de qualquer tipo de conta: água, luz, condomínio, mensalidade
escolar, entre outras. A pesquisa inclui não apenas dívidas com o sistema
financeiro.
O chamado “índice de
reinadimplência” ficou em 51,8% em 2019 e 53,1% em 2020. Segundo o economista
da Boa Vista responsável pelo estudo, Flávio Calife, historicamente o
porcentual de reinadimplência no país costuma oscilar entre 40% e 50%.
Segundo o economista, o salto
se deve, principalmente, à oscilação da renda do consumidor no ano passado —
com queda no valor do auxílio emergencial, desemprego elevado e inflação.
Em novembro, dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontaram que o porcentual de famílias brasileiras endividadas atingiu um novo recorde em outubro. Foi o 11º mês consecutivo de alta do indicador.
De acordo com a CNC, sete em
cada dez famílias estavam endividadas no período (74,6%). O número representa
um crescimento de 0,6% na comparação com setembro de 2021 e de mais de 8% em
relação ao mesmo período de 2020.
O porcentual de famílias com
dívidas ou contas em atraso ultrapassou os 25%, enquanto aquelas que declaravam
não ter condições de pagar suas contas atrasadas e que permaneceriam
inadimplentes eram 10,1% (um leve recuo em relação aos 10,3% de setembro).
Segundo o balanço da CNC, mais
de 12 milhões de famílias possuíam dívidas a vencer no cheque pré-datado,
cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado,
empréstimo pessoal ou prestação de carro e casa.
Título e Texto: Redação, revista Oeste, 24-1-2022, 9h
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