Resultado é o quarto positivo consecutivo do indicador
Cristina Índio do Brasil
O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano na comparação com o período anterior. O resultado é o quarto positivo em seguida do indicador, depois de ter recuado 0,3% no segundo trimestre do ano passado. O PIB chegou a R$ 2,404 trilhões em valores correntes.
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Foto: Rebecca Cook/Reuters |
Os números, que fazem parte do
Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, foram divulgados hoje (1º), no Rio de
Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o PIB avançou
2,5% no primeiro semestre do ano e a atividade econômica do país ficou 3,0%
acima do patamar pré-pandemia, verificado no quarto trimestre de 2019. Segundo
o IBGE, a economia chegou também ao segundo patamar mais alto da série, atrás
somente do que foi registrado no primeiro trimestre de 2014.
De acordo com o IBGE, o
crescimento no segundo trimestre foi influenciado pela alta de 1,3% nos
serviços. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, informou
que os serviços estão pesando 70% na economia, então há um impacto maior nesse
resultado.
“Dentro dos serviços, outras
atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação
(2,9%) avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços estão os
serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os
restaurantes e hotéis, por exemplo”, completou.
Com o resultado, o subsetor
outras atividades de serviços está 4,4% acima do patamar pré-pandemia.
Indústria
A indústria teve alta de 2,2% e este foi o segundo resultado positivo consecutivo do setor, após a queda de 0,9% no quarto trimestre do ano passado. Para o IBGE, é a taxa positiva mais alta para a indústria desde o terceiro trimestre de 2020 (14,7%).
Naquele momento, o setor
começava a se recuperar dos efeitos da pandemia e tinha uma base de comparação
menor. Os dados indicam ainda que essa elevação foi influenciada pelos
desempenhos positivos de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto,
atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na construção, de 2,2% nas indústrias
extrativas e de 1,7% nas indústrias de transformação.
“Houve crescimento em todos os
subsetores da indústria. Um deles é a construção civil, que vem enfrentando
problemas há anos e foi bastante afetada na pandemia, mas está se recuperando
há alguns trimestres”, explicou a coordenadora, para quem o avanço da atividade
de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos é
explicado pelo desligamento das usinas térmicas, que resultou no fim da
bandeira tarifária de escassez hídrica.
“No início do ano, houve esse
desligamento e o aumento do uso das energias renováveis, que são mais baratas”,
indicou.
Agropecuária
Depois de recuo de 0,9% no
último trimestre, a agropecuária variou 0,5% no segundo trimestre deste ano.
Segundo Rebeca Palis, o setor é muito ligado à sazonalidade e, no semestre, vem
caindo, puxada pela retração na produção da soja, que é a maior lavoura. “De
acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a previsão é
de queda de 12% nessa produção. Isso impactou bastante o resultado da
agropecuária no ano”, observou.
Consumo das famílias
O consumo das famílias avançou
2,6% no segundo trimestre. O percentual é o maior desde o quarto trimestre de
2020, quando registrou 3,1%. Em movimento contrário, o consumo do governo caiu
0,9%, depois de apresentar estabilidade no trimestre anterior, quando registrou
queda de 0,1%.
“A alta do consumo das
famílias está relacionada à volta do crescimento dos serviços prestados às
famílias, em decorrência dos serviços presenciais que estão com a demanda
represada na pandemia. Um reflexo disso é o aumento no preço das passagens
aéreas, uma consequência do crescimento da demanda”, salientou Rebeca.
Título e Texto: Cristina
Índio do Brasil; Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil, 1-9-2022,
9h55
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