sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Calores e omissões reveladores

José Mendonça da Cruz

Admiro a expressão facial e gestual excitada e o tom acalorado com que pivôs de telejornais e comentadores atacam a Polícia portuguesa na generalidade, e nos previnem contra os terrores «da extrema-direita» com base numa dezena de tweets ou mensagens de grunhos.

Admiro o tom entusiasmado e a expressão facial e gestual calorosa com que pivôs de telejornais e comentadores defendem o entusiasmo «dos jovens» e nos recomendam o pânico ambientalista com base numa dezena de patetas industriados pela extrema-esquerda (embora desconheçam a expressão).

Admiro os excessos das comemorações Saramaguistas em curso. Já quanto à indignação e o rasgar de vestes a propósito de uma censura tonta de Sousa Lara, admiro-a tanto tanto como admiro a omissão dos vergonhosos saneamentos cometidos por Saramago no Diário de Notícias.

Admiro, portanto, a forma como pivôs, comentadores e jornalistas proclamam e confirmam que não são sérios, nem fiáveis, nem profissionais recomendáveis.

Título e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas, 17-11-2022

2 comentários:

  1. «Enfim, ao longo dos anos de bloguismo já muito botei sobre Rebelo de Sousa - que considero o pior que a política democrática nos trouxe (sim, incluo Sócrates nisto). Convicto está da sua excelência, que lhe foi dita em jovem (transcrevi um texto de Portella Filho de 1974 que isso augurava). Mas nada mais nos deixa do que um rol de dolorosas inépcias. Resmunguei sobre a anacrónica vacuidade do seu projecto presidencial (12.2016), que de facto intenta a despolitização da sociedade, num populismo manso mas gravoso; da sua adesão à mais rasteira das demagogias futeboleiras (6.2008); da sua desnecessária e maliciosa reescrita da História nacional (4.2017, 5.2017); do seu incumprimento face à política florestal portuguesa (6.2017); da sua incapacidade para pensar a relação com as antigas colónias (1.2020), do seu efectivo desnorte no início da pandemia (3.2020) [tendo-me nesse aspecto socorrido de uma preciosa transcrição: "O Torso Dispensável" de Clara Ferreira Alves, de 10.2020], bem como da forma como se pensa cidadão acima do cumprimento da lei, em pleno controlo pandémico [1.2021]; a sua explícita submissão à hierarquia da igreja católica (8.2022, 8.2022); o escandaloso descuido aquando da convocação de eleições antecipadas (2.2022), etc. E, acima de tudo, a crença de que algo está mal em Belém (6.2022) e não há ali ninguém para enquadrar, almofadar, o processo degenerativo.

    Olho para este rol de resmungos e até a mim me parece uma monomania. Mas de facto não o é. Este Presidente é uma catástrofe. E isto não tem a ver com ser mais "à direita" ou "à esquerda". E agora, com estas declarações futeboleiras, chegou mesmo ao grau zero. Mas não nos iludamos, vai piorar, e a partir de agora é para "negativos".»
    JPT, 18-11-2022, Delito de Opinião

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