"A medida da Infraero visa
diminuir o número de passageiros que levam muitas sacolas e bolsas para dentro
do avião e atrapalham outros passageiros. Para restringir a bagagem, pequenas
cestas de metal serão instaladas na área de embarque, se a mala não passar, tem
que voltar e despachá-la. Sem garantias de que irá dar tempo de embarcar no
voo."
“Não aos excessos a bordo!”
Com esta frase a
ACVAR-Associação dos Comissários da Varig lançou uma campanha contra os
excessos a bordo, em maio de 1993, conforme pode ser lembrado na capa da
revista “speech”, nº 109.
A campanha era contra os
excessos de consumo de álcool e de bagagem de “mão”.
Na edição seguinte, nº 110, junho
de 1993, nas páginas 4 e 5, a ACVAR explicava essa Campanha.
"Bagagem de mão excessiva,
carregada pelos passageiros para a cabine, contrariando normas de segurança de
voo. Consumo excessivo de bebidas alcoólicas pelos passageiros – seja pelo seu
medo de voar ou pela fartura com que são oferecidas pela Empresa -, apesar de
nossa legislação determinar atenção e controle no serviço de bordo.
Estes dois ítens tornaram-se o
alvo de uma campanha que a ACVAR começa a deflagrar agora. Na verdade, os temas
figuram há bastante tempo nas pautas das reuniões internacionais realizadas por
entidades representativas de comissários de voo. Em outros países, as
discussões já avançaram tanto que criaram-se regulamentos específicos e/ou
proibições expressas, de forma a salvaguardar-se primeiramente a segurança do
voo – e, só depois, a plena satisfação do “passageiro pagante”:
No Brasil, seja por
ingenuidade ou desatenção, muitos poucos setores ligados à aviação se preocupam
com as consequências desses excessos, cometidos diariamente a bordo de nossos
aviões. É mais comum do que se imagina ver passageiros carregados de embrulhos
dirigindo-se para o avião – onde, após “acomodarem” seus inúmeros pertences,
consumirão diversos drinks, mantendo
o copo permanentemente abastecido.
Nós, tripulantes, pela
experiência e observação, encaramos com receio os dois problemas. Infelizmente,
em países pobres, que lutam pela sobrevivência de seu mercadoo e de sua indústria,
pouco fazem as empresas aéreas para coibir os abusos, espontâneos (excessos de
bagagem) ou involuntários (embriaguez, na maioria dos casos, pois muitos optam
por tal estado).
Com a campanha Não aos excessos a bordo!, a ACVAR
pretende chamar a atenção de todos os segmentos ligados à aviação para os
problemas e inconveniências causados, a bordo, por malas excessivas e bêbados
descontrolados. Além de nosso protesto esta campanha é uma forma de nos
mantermos conscientes de nossa responsabilidade a bordo – que não inclui, de
forma alguma, sermos obrigados a vigiar os atos de pessoas embriagadas ou nos
desculparmos quando um passageiro perde o seu lugar, no bin, para as malas de outro. Isto, para evitar tocarmos na palavra “acidente”,
ameaça virtual pairando por trás desses excessos e preocupação constante de
todos os tripulantes.
Este texto, digitado por este
blogueiro, é de Sônia d’Azevedo, então Jornalista Responsável pelas publicações
da ACVAR; a ilustração é de Janey.
Edição: JP
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