Henrique Monteiro, do
Expresso, é capaz de ser um dos comentadores mais sensatos que por aí anda.
Mesmo sendo dos mais sensatos, suponho que seja dificil resistir à tentação de
estar contra o governo, mesmo quando o governo toma uma boa decisão. A 15 de
Abril, Henrique Monteiro reconhecia que “um corte na despesa é mesmo indispensável“. 15 dias depois, após o anúncio de
cortes, vem dizer que agora é tarde e cortes com estes gajos a malta não quer, queixando-se que os cortes
criam desânimo e recessão. Pois…
Como tudo serve de desculpa
para nada se fazer, temos tido algumas evoluções de opinião interessantes. Quem
em Novembro era contra mais impostos e pedia “cortes na despesa” hoje é contra
cortes ou disfarça e pede “outros cortes” ou “cortes estruturais”
(sugerindo que estes não são estruturais). Quem há uns dias dizia que
precisamos de mais tempo e não devemos fazer já cortes, hoje agarra-se ao
argumento de que estes cortes já deviam ter sido feitos e que agora é tarde.
Quem dizia que cortar salários é inconstitucional, mas pode-se fazer outras
coisas que não o são, hoje alega que as novas medidas propostas pelo governo
são inconstitucionais. E estamos nisto …
Elogiar quem tomou as medidas violaria a regra essencial do comentário político português: nunca elogiar o governo de Passos Coelho, mesmo que ele tome uma boa medida.
Elogiar quem tomou as medidas violaria a regra essencial do comentário político português: nunca elogiar o governo de Passos Coelho, mesmo que ele tome uma boa medida.
Título e Textos: João Miranda, Blasfémias, 04-05-2013
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