domingo, 12 de julho de 2015

A matemática não é o nosso forte

Alberto Gonçalves
Um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos apurou que o nosso poder de compra duplicou nas últimas três décadas. Infelizmente, como dizia um antigo e sábio governante, os portugueses não são números mas pessoas. E muitos portugueses são pessoas inclinadas a acreditar nas pessoas que lhes juram que a austeridade vigente reverteu os níveis de vida para valores de 1974, 1942 ou 1385.

Desde que a "direita" regressou ao governo (no tempo do Eng. Sócrates a coisa roçava o paraíso - e uma cáfila de ingratos prendeu o homem) que somos diariamente informados da miséria sem precedentes que vigora em Portugal. Sindicalistas, catastrofistas, sacristãos e observadores em geral observam, suponho que à distância, números crescentes de indigentes resultantes das políticas da troika e da maldade da Sra. Merkel e do Dr. Passos Coelho. Segundo esta corrente de pensamento, antes - e um "antes" que cobre todo o período entre a guerra de Viriato e 2011 - cada português vivia com padrões de conforto escandinavos. Agora as vítimas da fome acumulam-se nas sarjetas. E só não as recolhemos porque primeiro urge atender a "crise humanitária" grega, lenda que ameaça custar-nos o equivalente de várias austeridades juntas.

Porém, que importam os números? Os portugueses, não sei se já disse, são pessoas. E os gregos, pelos vistos, ainda mais. 
Título e Texto: Alberto Gonçalves, Diário de Notícias, 12-7-2015

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