Alberto Gonçalves
Um estudo da Fundação
Francisco Manuel dos Santos apurou que o nosso poder de compra duplicou nas
últimas três décadas. Infelizmente, como dizia um antigo e sábio governante, os
portugueses não são números mas pessoas. E muitos portugueses são pessoas
inclinadas a acreditar nas pessoas que lhes juram que a austeridade vigente
reverteu os níveis de vida para valores de 1974, 1942 ou 1385.
Desde que a
"direita" regressou ao governo (no tempo do Eng. Sócrates a coisa roçava
o paraíso - e uma cáfila de ingratos prendeu o homem) que somos diariamente
informados da miséria sem precedentes que vigora em Portugal. Sindicalistas,
catastrofistas, sacristãos e observadores em geral observam, suponho que à
distância, números crescentes de indigentes resultantes das políticas da troika
e da maldade da Sra. Merkel e do Dr. Passos Coelho. Segundo esta corrente de
pensamento, antes - e um "antes" que cobre todo o período entre a
guerra de Viriato e 2011 - cada português vivia com padrões de conforto
escandinavos. Agora as vítimas da fome acumulam-se nas sarjetas. E só não as
recolhemos porque primeiro urge atender a "crise humanitária" grega,
lenda que ameaça custar-nos o equivalente de várias austeridades juntas.
Porém, que importam os
números? Os portugueses, não sei se já disse, são pessoas. E os gregos, pelos
vistos, ainda mais.
Título e Texto: Alberto Gonçalves, Diário de Notícias, 12-7-2015
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