Henrique Pereira dos Santos
"para o secretário-geral
do PS e primeiro-ministro, “haver mais matrículas no Ensino Superior demonstra
bem que a grande quebra não era demográfica, mas sim devida às dificuldades
financeiras” que as pessoas sofriam e que, garante, “agora estão um pouco
minoradas”. Mais, para Costa o registo que se verificou este ano, depois de
terem saído as primeiras colocações no Ensino Superior, é também “um sinal
de confiança no futuro“".
As declarações, em si, são de
uma indigência que brada aos Céus, mas o que gostava mesmo de perceber é como é
possível alguém fazer uma afirmação destas, ser público, notório e verificável
que esse aumento de matrículas existe pelo terceiro ano seguido, e a
generalidade dos jornalistas acharem que não faz parte da sua função informarem
os seus leitores disso.
Aparentemente a generalidade
dos jornalistas acham que a sua função consiste em reproduzir declarações de
terceiros, e não relatar factos e ajudar a compreender a realidade a partir de
informação verificável. Declarações de terceiros deste tipo, isto é, com
recursos a tretas, se não escrutinadas pelo jornalismo, são a essência do
populismo e não se percebe por que razão são reproduzidas sem mais.
A responsabilidade dos
jornalistas no crescimento do populismo é inegável quando qualquer pessoa
(podemos discutir se é mesmo qualquer mas não é isso que agora me interessa)
sabe que pode fazer declarações destas sem ser verdadeiramente escrutinado e
posto a ridículo pela imprensa.
Título e Texto: Henrique Pereira dos Santos, Corta-fitas,
12-9-2016
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