José Manuel
Em 25 de janeiro de 2020 esta empresa, um ultra valioso bem nacional, completou 357 anos pois foi fundada em 1663.
O valor desta empresa é simplesmente incalculável, não só pelos bens móveis e imóveis distribuídos em todo o território nacional, mas acima de tudo pelo serviço postal que vem prestando à Nação nestes três séculos e meio de vida.
Empresas com um histórico como este fazem parte da vida de um povo e não podem jamais serem subtraídas da história desse povo.
Mas… como no Brasil opta-se sempre pelo mais fácil, menos trabalhoso e sempre mais generoso “of course”, vem aí mais uma picaretagem travestida de modernidade com o pomposo nome de "privatizações".
Normalmente, isto tem acabado
em generosas "doações " como foi o caso da CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional) "doada"
a famílias proeminentes da República,
pela dupla Collor/Itamar como um presente das mil e uma noites, e a VALE DO RIO
DOCE (minérios) empresa altamente estratégica ao Brasil, "doada" por
Fernando Henrique Cardoso por US$ 3 bilhões quando as suas reservas eram
estimadas em US$100 bilhões, mais uma rede
ferroviária pertencente ao povo,
"de graça" a banqueiros picaretas que exportam nosso minério a preço de bananas e causam crimes ambientais bárbaros como os de Mariana e Brumadinho, por exemplo, sem a contrapartida indenizatória decente e devida ao país lesado, famílias e meio ambiente destruídos.
A última deste governo atual, é a de que os Correios serão privatizados em 2021, passando novamente um atestado de incompetência formidável pois uma empresa como esta, no mínimo gerencia-se com eficiência, não se vende!
A CSN apresentou um lucro líquido no terceiro trimestre de 2020 de R$ 1,2 bilhões. No mesmo trimestre a Vale apresentou um lucro líquido de R$ 15,6 milhões. A soma desses lucros teria, por exemplo, dado para reequipar nossas forças armadas com o que há de mais moderno e sofisticado, só para se ter uma pequena ideia, alavancando o país ao clube seleto de grandes potências com reflexos altamente positivos em sua política externa.
Ao contrário dos Estados Unidos que tanto gostamos de copiar, e que mantém 91% de aprovação da sua população pelo seu USPS desde 1775, queremos vender nosso patrimônio, mais antigo inclusive que o americano, simplesmente por não termos capacidade técnica, intelectual para gerenciar o sistema e alegando ineficiência laboral sistêmica, quando na realidade a incompetência é da União.
Roubar pode, pois somos altamente experts no assunto, gerenciar jamais pois não temos competência para tal.
O assalto por 13 anos
ininterruptos ao fundo de pensão Postalis é a melhor prova da nossa capacidade
para o mal, para a malandragem.
O Brasil nunca privatizou nada a sério!
Ou doou, como fez com o minério e o aço, ou exterminou, como fez com a quinta maior empresa de aviação do planeta, a VARIG, ou arrasou com a ENGESA que chegou a ser a sexta maior exportadora de material bélico do mundo, deixando o país imensamente defasado em material militar, tendo que comprar agora material usado, gastando milhões em reformas emergenciais e a toque de caixa com a bronca bolivariana batendo à nossa porta.
E com os Correios, nada será diferente, indo o dinheiro parar em contas de corruptos no exterior ou nos fundos eleitorais tão bem conhecidos.
E a máxima de sempre continua, ou seja, vão-se os anéis, ficam os dedos.
Não é à toa que gigantes como as americanas Amazon, Fedex, UPS, a chinesa Alibaba, a alemã DHL, a Argentina Mercado Livre e alguns picaretas tupiniquins estão tremendamente assanhados em abocanhar um diamante desse quilate.
Por que será que essas empresas estão prontas a lutar com todas as armas para ganhar a posse desse ativo? Por que será?
O Brasil não quer mudar, não tem jeito, e o resultado das eleições recentes o prova. Por sua vez o povo vê a sua história sendo apagada vorazmente, escolas, hospitais, saneamento básico sem solução, os seus empregos perdidos e não reage, não faz absolutamente nada e reafirma isso nas urnas!
Título e Texto: José Manuel - Dans l’Avenue Foch, 17-11-2020
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