Decisão afasta Witzel definitivamente das funções do Governo Estadual e torna Cláudio Castro, oficialmente, o novo governador do Rio de Janeiro
Altair Alves
O Rio de Janeiro vive um dia histórico, o Tribunal Especial Misto (TEM) aprovou o impeachment do governador afastado Wilson Witzel (PSC) [foto]. Ainda ocorrerá uma nova votação que definirá a condenação a respeito da perda das funções públicas.
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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo |
Pouco antes das 17h, o
colegiado havia formado maioria a respeito do impedimento de Witzel, com 7
votos a 0. São 10 julgadores ao todo, a maioria dependia de dois terços dos
votos. O voto decisivo foi do deputado estadual Alexandre Freitas (Novo).
O afastamento definitivo do,
agora, ex-governador, Witzel, o coloca como o primeiro chefe de estado a ser
destituído do cargo na trajetória da política Fluminense.
Diante da saída de Witzel, o
então interino, Cláudio Castro assume o comando do Governo do Estado e assume
como governador de fato. Castro deverá ser empossado neste sábado (1/5), em
duas cerimônias: às 10h na Assembleia Legislativa e às 14h no Palácio
Guanabara.
A denúncia pelo afastamento de Wilson Witzel foi feita pelos deputados estaduais Luiz Paulo (Cidadania) e Lucinha (PSDB). Os parlamentares também pedem que o governador afastado seja condenado por crime de responsabilidade e perca os direitos políticos por cinco anos.
Witzel está afastado do cargo
desde agosto do ano passado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Ele é investigado por suspeita de atos fraudulentos na área da Saúde, durante a
pandemia do Coronavírus.
De acordo com denúncia do
Ministério Público Federal, a partir da eleição de Wilson Witzel, “estruturou-se
no âmbito do governo estadual uma organização criminosa, dividida em três
grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a
agentes públicos”. Liderados por empresários, esses grupos lotearam algumas das
principais pastas estaduais, como a Secretaria de Saúde, “para implementar
esquemas que beneficiassem suas empresas“.
O principal mecanismo
utilizado pelos grupos para captar recursos financeiros, segundo o MPF, era “por
meio do direcionamento de licitações de organizações sociais (OSs), mediante a
instituição de uma ‘caixinha de propina'” abastecida por OSs e seus
fornecedores“.
Uma das operações suspeitas é
a contratação da organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à
Saúde (Iabas), para administrar hospitais de campanha idealizados para atender
pacientes com Covid-19. As investigações apontam que a OS tem relação com um
dos grupos que controlam a saúde no Rio de Janeiro, contribuindo também com a chamada
“caixinha da propina”.
No documento de 126 páginas
entregue ao tribunal para sua defesa no processo de impeachment, Witzel afirma
que não teve participação nos casos que estão sendo apurados e que não há
nenhum ato que o atrele a qualquer conduta de corrupção.
A votação desta sexta-feira
foi o último capítulo do processo de impeachment, iniciado há quase um ano, e
que foi alvo de muitos recursos de Witzel no Supremo Tribunal Federal
(STF) tentando a suspensão.
Título e Texto: Altair
Alves, Diário do Rio, 30-4-2021
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