Jorge Nuno Pinto da Costa concedeu uma entrevista ao Porto Canal no dia em que celebra 39 anos na presidência do FC Porto
No dia em que se assinalam 39 anos desde que tomou posse pela primeira vez como presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa esteve na Noite Informativa do Porto Canal e revisitou quase quatro décadas de muitas vitórias e muitos títulos, mas também abordou diversos temos relacionados com a atualidade do clube.
Convidado a recordar o dia 23 de abril de 1982, o líder máximo do clube
garantiu que se lembra de tudo como se fosse hoje: “Desse dia recordo tudo. Foi
um dia de grande emoção, em que estivemos a trabalhar para nos inteirarmos do
estado do clube. Tomámos posse no pavilhão, onde estiveram grandes figuras de
outros clubes. Foi uma tomada de posse muito concorrida e muito emocionante. O
Dr. Américo de Sá, que estava de saída, fez-me uma saudação carinhosa e
calorosa, mas fiz questão que ele soubesse que, para mim, continuava a ser o
presidente honorário do FC Porto. Quando nos metemos nesta aventura, fizemo-lo
com uma grande determinação em resolver os problemas do clube”.
Mesmo sendo o presidente mais titulado do mundo, Jorge Nuno Pinto da Costa
confessou que isso não lhe diz nada, “porque foi o FC Porto que conquistou
esses títulos todos”. “Os meus títulos são os títulos do FC Porto e isso é que
é importante”, reforçou o presidente portista, ciente daquilo que as vitórias e
os títulos representam para os sócios e adeptos do clube. “Gosto de ver a
maneira como os sócios e os adeptos vivem o FC Porto. Estou sempre a dizer
isto, mas é muito importante que as pessoas percebam que há muita gente que tem
uma vida extremamente difícil. Para essas pessoas, a única felicidade que têm
são as vitórias do seu clube. Quando o FC Porto ganha o campeonato, muitas das
pessoas que enchem a Avenida dos Aliados não têm mais motivos para festejar a
não ser aquele dia em que o FC Porto ganhou. Chamo a atenção para isso
constantemente pois há que pensar nessas pessoas. Através das nossas vitórias,
podemos fazer felizes pessoas que não têm motivos para sorrir”.
No que diz respeito à atualidade futebolística, Jorge Nuno Pinto da Costa falou
sobre as contas do campeonato, no qual o FC Porto está a quatro pontos do
Sporting com seis jogos por disputar: “Todas as jornadas são decisivas. Estão
18 pontos em disputa e qualquer ponto que se perca pode definir o campeonato,
seja para quem for. Neste momento todos os jogos são difíceis. As equipas que
estão nos primeiros lugares perderam pontos com equipas que estão na segunda
metade da tabela. Qualquer ponto que se perca, seja quem for, tem o mesmo
valor, mas o futebol está diferente pela falta de público e alguns resultados
não têm lógica. Na jornada anterior à última, o Gil Vicente ganhou na Luz e o
Portimonense foi ganhar a Famalicão. Na última jornada, o Portimonense perdeu
em casa com o Benfica e o Gil Vicente perdeu em casa com o Famalicão. O que o
FC Porto pensa é que tem de ganhar o jogo seguinte. O FC Porto está concentrado
e convicto de que tem de ganhar em Moreira de Cónegos na segunda-feira”.
Relativamente à continuidade de Sérgio Conceição no comando técnico da equipa
principal de futebol, o presidente dos Dragões não poderia ter sido mais
claro, mas sublinhou que este assunto só será tratado após o fim do campeonato:
“Estou em condições de manter o que já disse. A intenção dos dois é
prolongarmos o contrato por pelo menos mais um ano ou mais. Estamos a pensar no
que será melhor, mas estamos de tal maneira envolvidos no campeonato, que penso
que vamos ganhar se tudo correr de forma normal, que combinámos arrumar este
assunto depois de terminar o campeonato. A vontade dos dois é prolongar o
contrato, por isso não estou nada preocupado, mas não depende da conquista do
campeonato”, explicou Jorge Nuno Pinto da Costa, que também abordou o “nado
morto” chamado Superliga Europeia.
“Fui sempre contra. A força do futebol é ser popular, qualquer clube tem de ter
direito a ganhar e a participar. As escolhas para provas europeias têm de ser
por mérito desportivo, não por dinheiro. Foi tudo que acabou com a Superliga
Europeia. A UEFA foi contra, a FIFA também, e o primeiro-ministro inglês fez
que o fez pela pressão popular. A Superliga Europeia, no fundo, é um nado
morto. O povo é que vota, não é a UEFA ou o Florentino ou o Agnelli. O
primeiro-ministro inglês sentiu, inteligentemente, que o povo não queria
aquilo. Os donos do FC Porto são os sócios e eu estou aqui porque me elegeram.
Os sócios desses clubes sentiram que estavam a ser marginalizados. Querem estar
nas provas europeias mas por mérito desportivo e não por terem um magnata como
dono.”
Título e Texto: FC Porto, 23-4-2021, 23h43
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