Ainda tem a lata de envolver Passos Coelho, ultimamente já esquecido
Lino Oliveira
Autoproclamado candidato a primeiro-ministro perdeu as eleições, mas ganhou o lugar com indiscutível artimanha. O “habilidoso” obteve apoio para governar, levando as suas muletas a apoiarem o que sempre combateram, atitude natural no BE, dado a fraturar e escaqueirar, mas estranho no PC, conservador e habitualmente previsível.
A Comunicação Social
chamou-lhe “hábil negociador”. Durante toda a legislatura o artista
“ilusionista” simulou virar a página da austeridade com a ajuda do “Ronaldo das
Finanças”, assim chamado pela sua extraordinária capacidade de fintar os
portugueses, dando-lhes austeridade e eles gostarem. Pior foram as reversões,
para “comprar” o apoio do PC, que só na TAP já nos custou mais de mil milhões e
prometem que não nos custará mais de 3.7 mil milhões até 2024. Com uma propaganda
afinada, manha na arte de mentir manipulando a verdade, nunca sendo culpado de
nada e tendo o Presidente como bombeiro de serviço para o salvar dos desastres
mais graves, chegou às eleições, que finalmente ganhou, por falta de
comparência da oposição. Se fosse rei seria “Costa, O Manhoso”. É uma
característica que não reconheço nos portugueses, mais dados à inveja e
“chico-espertice”.
Se dúvidas houvesse, a sua atuação no recente caso da chamada lei dos apoios sociais é um poema manhoso como resposta à argumentação do Presidente (PR). Como de costume, a propaganda distribui imensos apoios sociais e às empresas, mas não chegam a quem deles precisa como pão para a boca. O Parlamento aprova uma lei que aparentemente viola a Constituição por falta de cabimento orçamental e o PR promulga. Que faz Costa? Primeiro hesita porque poderia propor um orçamento retificativo, como sugeriu Jorge Miranda, ou será que não há dinheiro e a vitamina ainda não chegou, mas prefere o confronto, “via constitucional”, vincando bem quem manda e é dono disto tudo. Com que argumentação?
Invoca o dever sagrado do
governo cumprir a Constituição, mas nenhum como este a violou, tanto quanto a
direitos, liberdades e garantias, a parte onde ela é melhor, que em organização
política e administrativa, apesar das alterações, mais parece talhada para
perpetuar no poder uma certa classe política.
Apela ao TC, um órgão muito
politizado onde está à vontade, mas uma coisa é a substância da lei fundamental
e outra é a sua interpretação. Votações quase paritárias, ou mesmo por voto de
desempate, são frequentes.
E ainda tem a lata de envolver
Passos Coelho, ultimamente já esquecido como culpado de tudo, e a sua
dificuldade em fazer passar legislação que permitisse cumprir o memorando da “Troika”
com o PS de Sócrates para evitar a bancarrota.
Chega! Estamos entregues aos
bichos.
Título, Imagem e Texto: Lino
Oliveira, o Diabo, nº 2311, 15-4-2021
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