quarta-feira, 30 de junho de 2021

Loverboys de batina

FratresInUnum.com

Assistindo ontem ao vídeo-denúncia do Centro Dom Bosco acerca de um sacerdote que conclamou o movimento LGBT para que auxilie a Igreja a desenvolver a sua doutrina, recordamo-nos de  um tipo de padre que se tornou bastante recorrente no clero conciliar dos últimos tempos: os garotões de boa aparência e discretamente homossexuais que se tornaram uma espécie de troféu para certos bispos, também homossexuais enrustidos.

Como já comentamos em outras ocasiões, a teologia da libertação sofreu uma corrupção interna, abandonou a luta de classes para se entregar à revolução eco-homossexual e, assim, acabou por produzir um novo tipo de militante, não mais aqueles personagens toscos e mal-educados, mas uns rapazes com pose de galãs metrossexuais, mas que defendem a homossexualidade como conduta e como discurso.

Praticantes de esportes (musculação ou até crossfit), com barba serrada, bancando intelectuais, performando equilíbrio e neutralidade, reproduzindo o discurso oficial, ostentando certa sensualidade no olhar e nos gestos, os “padres-gatos” comportam-se como acompanhantes de luxo e são as “meninas dos olhos” dos seus superiores e, sobretudo, raramente dão escândalo.

Nesse sentido, são muito diferentes daqueles padres homossexuais das décadas de 80, 90 e do início do milênio, que ainda procuravam manter certa aparência de catolicismo e tinham alguma reverência, ao menos idealista, por mínima coerência doutrinal. Agora, não. Estamos no cinismo mais frio e descarado, no ceticismo confesso, na completa indiferença. Este é o resultado do enfraquecimento intelectual promovido por anos de desconstrução da teologia da libertação e do carismatismo sentimentalista e irracional: eles não creem em mais nada, muito menos em alguma moral que dê sustentação à fé.

A Rede Vida de Televisão é o exemplo mais notável: ainda contando com os da velha guarda, abrigando com frequência ex-padres, mais recentemente se viu tomada pelo perfil que descrevemos no artigo. Lamentavelmente, um deles até largou o sacerdócio para se unir a outro homem, até então pai de família.

Com modos burgueses, com gostos burgueses, os senhoritos que distribuem fotos pelas redes sociais adotaram como forma mentis o historicismo da nouvelle théologie e da teologia da libertação: acreditam que a teologia é filha do seu tempo e que a Igreja precisa “avançar” indefinidamente à marcha da ética da sociedade. Se a moda é o igualitarismo feminino, devem-se ordenar as mulheres; se é a liberdade sexual irrestrita, devem-se subscrever todas as taras “em nome do amor”.

O progressismo é, em si, uma crença acrítica e fanática em uma utopia de futuro que absolutiza a liberdade em detrimento da razão; por isso, desconstrói toda ideia de determinações morais como se estas fossem apenas imposições retrógradas que impedem o avanço da história e estigmatizassem aqueles que possuem práticas contra-majoritárias.

Por detrás de palavras aparentemente inteligentes e de discursos fingidamente articulados, os progressistas encenam moderação, fingem que a verdade não existe e a enclausuram num passado imaginário para contrapô-la a um futuro mais imaginário ainda, futuro que parece ser verdadeiro porque é imposto como versão oficial pela hegemonia daqueles que querem destruir a civilização cristã convencendo-a a desistir de sua própria existência.

Hipnotizados pelo charme de seus garotões, por anos sovados com este lixo pseudo-intelectual das faculdades eclesiásticas, os bispos aliviam-se do impacto negativo exercido por aqueles que parecem ser extremistas: os libertadores abertamente comunistas do passado ou o clero católico raiz, que entre trancos e barrancos sustenta as suas igrejas e a si mesmo por décadas, não deixando a fé descambar no mais absoluto descrédito.

A fingida moderação dos paquitos progressistas não passa de um teatro calculado para desorientar os fiéis e deixá-los completamente à mercê da revolução doutrinal que estão levando a cabo. De fato, aquele choque causado por homossexuais grotescos ou por esquerdistas a la cubana é muito atenuado por rapazes de fala mansa, por “bons moços” que parecem mesmo ser a voz da sensatez, mas que estão apenas amaciando a estrutura eclesiástica para laceá-la complacentemente sob os moldes da revolução.

Na verdade, os moços refinados tão somente são desocupados que se encostaram na Igreja, parasitas incapazes de construir qualquer coisa, atores que captam a benevolência dos desavisados para capitalizá-la em seu próprio benefício, carreiristas que prostituem a sua inteligência e se valem da sedução para subir na vida. Eles são ativos e conectados, aparecem de alto a baixo na hierarquia e são facilmente encontrados em tramas palacianas, das cúrias diocesanas até a cúria romana. São eles que tiram fotos com altos prelados e cardeais, que são pelos pobres no discurso e pelos ricos nos costumes. Vestem-se de clergyman tão naturalmente quanto de camiseta e, nisso, mostram a sua completa artificialidade e sua falta de convicção, ou melhor, a sua mais profunda convicção: a de se promoverem à custa de serem loverboys de batina.

Título e Texto: FratresInUnum.com, 30 de junho de 2021

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