Foto: Luís Torres |
Olivença (em castelhano: Olivenza) é
uma cidade sede do município de Olivença da
zona raiana, cuja demarcação é objeto de litígio entre Portugal e Espanha.
Reivindicada de jure por Portugal, esta integra atualmente
a comunidade autónoma espanhola da Estremadura e
a província de Badajoz. Tem 430,1 km² de área e em
2019 tinha 11 963 habitantes.
Apesar do desentendimento entre Portugal e Espanha sobre a Questão de Olivença, o tema não tem provocado
atrito nas relações entre os dois países ibéricos.
O Tratado de Alcanizes, de 1297, estabelecia Olivença como parte de Portugal. Em
1801, através do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 por Portugal, o território foi anexado à
Espanha. Em 1817 a Espanha reconheceu a soberania portuguesa
subscrevendo o Congresso de Viena de 1815,
comprometendo-se à retrocessão do território o mais prontamente possível.
Porém, até aos dias de hoje, tal ainda não aconteceu.
Assim continuam por colocar os marcos delimitadores de fronteira entre a
confluência do rio Caia com o rio Guadiana e a confluência
da ribeira de Cuncos com o rio Guadiana com a numeração de 802 a 899
correspondentes ao território de Olivença.
(…)
O município de Olivença tem 430 km², está situado na margem esquerda
do rio Guadiana e tem uma forma aproximadamente triangular, com dois
dos seus vértices no Guadiana. A cidade de Olivença dista 23 km de Elvas,
24 km de Badajoz, 236 km de Lisboa e 424 km
de Madrid.
A ligação a Elvas e ao restante território português é feita por uma ponte sobre o Guadiana construída em 2000 ao lado das ruínas da Ponte da Ajuda.
Foto: Luís Torres |
O município de Olivença inclui hoje duas vilas e quatro aldeias: S. Francisco e S. Rafael (vilas); e Vila Real, São Domingos de Gusmão, São Bento da Contenda e São Jorge da Lor (aldeias). Nossa Senhora da Assunção da Talega ou Táliga, outra povoação do antigo território de Olivença, é um município separado desde 1850. Pelo contrário, a aldeia de Vila Real, hoje parte de Olivença, era freguesia do concelho de Juromenha, atualmente integrado no concelho do Alandroal.
O português oliventino (também conhecido como português
de Olivença) é a variedade dialetal da língua portuguesa própria
das povoações de Olivença, Talega e das aldeias
contíguas.
Atualmente o português em Olivença e em Talega não goza de reconhecimento
por parte da Espanha, que administra o dito território desde a Guerra das Laranjas. Portugal,
contudo, não reconhece a soberania espanhola sobre a região e afirma que esses
territórios lhe pertencem. Já não se fala em Talega.
Fruto dos dois séculos de administração espanhola e isolamento do resto
de Portugal, o português
oliventino é agora uma fala moribunda; os jovens já não o falam,
restando apenas alguns idosos. O português deixou de ser a língua da população
a partir da década de 1940, processo acelerado pela política
de castelhanização implementada pela Espanha franquista.
É claro, óbvio ululante, que o Estado Português é pragmático sobre esta
questão da pertença de Olivença, isto é, não vai, jamais irá, ‘inventar’ um confronto
com a Espanha por causa deste aprazível e histórico pedacinho de terra (não sei
porquê, me lembrei da Argentina e as Malvinas, em 1982). Além
do mais, deixa eu dizer (escrever) uma coisa: com a posse/integração plena e
irrestrita por Portugal, quem irá visitar Olivença? É…
Atualmente, junho de 2021, as placas das ruas informam o nome atual da
rua em castelhano, e em baixo o antigo nome em português.
E sobre o português oliventino, observei, como dizer? uma ofensiva cultural em prol do mesmo. Nas vitrines das lojas e em outros locais, placas informam a palavra em português oliventino, em destaque, e em castelhano e português. Veja como se diz presunto (presunto cru) em oliventino:
Texto: Wikipédia e JP, 24-06-2021
Fotos: JP
Visite Portugal… ao sul de Badajoz
Malvinas, Gibraltar e Olivença
Encontro de Escritores Extremenhos e Portugueses em Olivença, em 23 de março.
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Caminhos da História – Santa Luzia, Viana do Castelo
Curiosamente, na última edição bimestral da revista “Conflits”, na matéria “Litígios que têm a vida difícil” eis que se lê:
ResponderExcluirLitígios menores, mas bem reais
(…)
Mais pacífica, mas bem real, a questão da pequena cidade de Olivença, anexada pela Espanha em 1801, que Lisboa não reconhece a soberania espanhola, invocando o artigo IV do tratado de Cadix de 1810 e o artigo 105 do tratado de Viena de 1815.
Do seu lado, Madrid invoca o tratado de Badajoz que fixa o rio Guadiana como fronteira entre os dois países ibéricos.
(…)
Fomos até a cidade portuguesa que fica na Espanha
ResponderExcluir