Pesquisadores também testam o que chamam de intercâmbio de vacinas
Victor Ribeiro
O Ministério da Saúde distribuiu até agora cerca de 130 milhões de doses de quatro tipos de vacina contra covid-19 para todo o país. Quase metade é do imunizante desenvolvido pela universidade inglesa de Oxford com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e fabricado no Brasil pela Fiocruz.
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Foto: Dado Ruvic/Reuters |
Inicialmente, o intervalo
entre as duas doses dessa vacina era de quatro semanas. Logo depois aumentou
para três meses. Agora, os pesquisadores de Oxford indicam que pode ser mais vantajoso
tomar a segunda dose onze meses depois da primeira. Os dados preliminares
mostram que esse intervalo maior pode aumentar a resposta imunológica até dezoito
vezes.
O diretor da Sociedade
Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, comentou sobre a possibilidade de
ampliar o intervalo entre as doses e destacou a importância dos estudos, mas
que é preciso tomar a segunda dose no tempo estabelecido.
Ele disse que “em países mais pobres a imunização é feita com vários tipos de doações.” Frisou que é preciso respeitar a data da segunda dose anunciada no cartão de vacinação.
Ou seja, apesar das pesquisas,
ainda é preciso - e muito importante - tomar a segunda dose da vacina na data
indicada no cartão de vacinação. Outros estudos também são conduzidos, por
exemplo, para avaliar a possibilidade de concluir o esquema vacinal com uma
dose, no caso da Janssen, ou com duas doses nas demais vacinas, e, depois, tomar
a terceira dose como reforço. Essa dose poderia ser da mesma vacina ou de outro
imunizante.
Intercâmbio de vacinas
Os pesquisadores também testam
o que chamam de intercâmbio de vacinas, para aproveitar as diferentes respostas
imunológicas provocadas por cada imunizante. Em Oxford, o teste é com a
primeira dose da AstraZeneca e a segunda da Pfizer.
Renato Kfouri destacou que,
entre os motivos para pesquisas desse tipo, está a vacinação em países mais
pobres, que receberão doações de diferentes tipos de imunizante.
É o caso da cidade do Rio de
Janeiro. Desde ontem, as gestantes que receberam a primeira dose da AstraZeneca
vão receber a segunda da Pfizer. No dia 12 de maio, o Ministério da Saúde
decidiu que as grávidas não devem ser vacinadas com a AstraZeneca, devido ao
risco de reações adversas.
Vale destacar que as pesquisas
conduzidas pela Universidade de Oxford estão em fase inicial. São estudos de
segurança e resposta imunológica, e ainda não têm dados sobre eficácia.
Título e Texto: Victor
Ribeiro; Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil, 30-6-2021, 10h49
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