A censura e os ataques à liberdade de expressão cresceram de forma tão absurda nesses infindáveis meses de pandemia que é difícil acompanhar. Num piscar de olhos, ficamos sabendo de mais e mais pessoas impedidas de publicar, curtir, comentar e compartilhar conteúdos nas redes sociais porque tiveram o perfil bloqueado. Isso quando publicações não são apagadas sem aviso prévio, como mostra a colunista da Gazeta do Povo, Cristina Graeml.
A justificativa sempre é a de
que houve infrações às regras da plataforma, sem qualquer detalhamento de quais
foram, afinal, as regras desrespeitadas. O colunista da Gazeta do Povo, Rodrigo
Constantino, por exemplo, reclamou recentemente de ter sofrido censura e
ter sido punido com alguns dias de proibição de uso do Twitter por supostamente
ter divulgado imagens de nudez no meio de uma live de análise
política, coisa que obviamente não fez.
Há poucos meses a empresária Renata Barreto teve duas publicações apagadas do Instagram sob acusação de que eram notícias falsas. Não eram. Ela tinha compartilhado matérias da Gazeta do Povo e da CNN sobre as "gotas milagrosas" anunciadas pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro como cura da Covid. O ditador realmente anunciou isso, tanto que a Gazeta e a CNN noticiaram e não tiveram publicações apagadas.
E assim por diante. No
fim de maio e começo de junho a perseguição veio forte sobre canais do YouTube que
deram espaço aos médicos que defendem o tratamento precoce de
pacientes de Covid. Produtores de conteúdo com centenas de milhares (até
milhões) de seguidores foram obrigados a deletar vídeos sob ameaça de perderem
o canal, o acervo de vídeos e a comunicação com todos os inscritos.
A censura a publicações,
vídeos, perfis e canais tem, por si só, potencial de causar um estrago e tanto
na vida de uma pessoa. Mas há outro aspecto também cruel: o fato de que estamos
presos em casa e dependentes da tecnologia. Censurados, ficamos ainda mais
isolados do mundo, mais reféns da mentira. E a mentira escraviza.
Título e Texto: Gazeta do
Povo, 18-6-2021
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