José Mendonça da Cruz
O carro do ministro Eduardo Cabrita circulava numa autoestrada na faixa da esquerda, estando as outras livres (infração muito grave), sabemos agora que a mais de 40 km/h acima do limite de velocidade (infração muito grave) e atropelou mortalmente um trabalhador numa zona assinalada.
Foto: Paulo Cunha/Lusa |
A investigação quis investigar
se umas fezes existentes no separador central eram do trabalhador morto, ignoro
se para imputar que tratar das necessidades fisiológicas durante o horário de
trabalho merece a morte. O que confirmaria a sugestão inicial do ministro de
que a culpa de o trabalhador ser atropelado era do trabalhador atropelado.
Só seis meses depois se soube
a velocidade do carro do ministro: 166 km/h
A família do morto continua
desamparada.
O ministro diz que é só um
passageiro, e nada tem a ver com o que faz o motorista ao seu serviço e que o
transporta. O ministro diz que as notícias sobre estes factos são
«repugnantes».
O primeiro-ministro tem toda a
confiança no ministro Eduardo Cabrita. «Não ia a conduzir, era passageiro»,
disse ele em agosto. Atacá-lo a este propósito «é desprezível», disse ele em agosto.
«Tenho um excelente ministro», disse ele em maio.
Na TVi/CNN a senhora Anabela
Neves indigna-se com o «aproveitamento», até porque «no tempo de Cavaco»
aconteceu não sei o quê...
De maneira que é isto.
Título e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas, 3-12-2021
O ministro pediu demissão.
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