Ana Caroline Campagnolo
Em suma, a Primeira Onda feminista é marcada pela atuação intelectual e militante de mulheres como Elizabeth Stanton, Lucretia Mott, Susan Anthony, Harriet Taylor e Alexandra Kollontai.
Escritores como Stuart Mill e Friedrich Engels também participaram da construção
de argumentos em prol da inserção da mulher na vida pública através do trabalho
e da política, polarizando o feminismo em “liberal” e “Socialista”.
No período, muito se alegou
sobre a injustiça da restrição ao voto e à herança, também ecoavam queixas
quanto à desigualdade no mercado de trabalho.
Nessa primeira onda, desde
meados do século XIX, o movimento sufragista revela líderes que se rebelavam
contra a ordem eclesiástica e os ensinamentos bíblicos. Também aparecem as
primeiras clínicas abortistas e sua máxima propagadora, Margaret Sanger,
demonstra inquestionavelmente a massa homogênea formada pelo movimento
feminista e os revolucionários sexuais que,
na prática, são as mesmas pessoas. Alexandra Kollontai dá provas
suficientes de que ser feminista exige ser também esquerdista na pior das suas
facetas: o marxismo.
Diferentemente do que se supõe,
demonstrei que as mulheres sempre trabalharam menos do que os homens, e mesmo
assim conseguiram sobreviver e prosperar. Demonstrei que as mulheres, ao longo
da história, receberam dos homens casa, comida, alimentação e inúmeros favores.
Amiúde, mecanismos sociais
foram criados para fazer com que os homens sustentassem e protegessem as
mulheres e o fizessem com senso de dever. Apresentei dados que revelam que até
mesmo as conquistas políticas foram concessões masculinas, especialmente no
tocante ao sufrágio universal.
Quanto à inserção no mercado de trabalho, é sabido que se trata mais de uma consequência econômica e social decorrente de crises e guerras do que de qualquer partido ou organização política; ao mesmo tempo em que é evidente que trabalhar não foi tão agradável naquele século quanto ao que parecer ser hoje.
Esmiucei de que forma as
mulheres sempre foram relativamente [aos homens] privilegiadas econômica e
socialmente. Nesse período também aparecem os primeiros sinais de depreciação
da vida doméstica, da maternidade e do trabalho da dona-de-casa. Estava sendo
preparado o caminho por onde passariam as revolucionárias da segunda fase
feminista.
As mulheres já tinham direito
ao voto, já acessavam livremente o mercado de trabalho e já desfrutavam de igualdade
jurídica e social quando a Segunda Onde feminista começou.
O reconhecimento de direitos
civis deixa de ser evocado e uma nova abordagem assume o carro-chefe da
propaganda feminista: o intratável desejo de algumas mulheres de trocarem suas
melhores virtudes pelos piores defeitos masculinos. Começa oficialmente o
bombardeio da Revolução Sexual.
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